Na Sombra do Poder: Leo Kret barrada em camarote e ausência de Leão em Cachoeira

Após polemizar com declarações sobre a produtividade da Câmara de Vereadores de Salvador, a ex-vereadora soteropolitana, Léo Kret, não subiu, nesta quarta-feira, no camarote do prefeito de Lauro de Freitas, Márcio Paiva. Parece que o tempo em que atuou como dançarina famosa e legisladora soteropolitana não a deu crédito para entrar com toda a sua trupe de 'novinhos e novinhas' que a acompanha para onde quer que vá. A democrata, que ainda não sabe se seguirá no partido para concorrer em 2016, faltou paciência de tanto esperar uma resposta positiva para seu ingresso no local e foi embora.

Após ter o nome envolvido nas investigações da Operação Lava Jato, as aparições do vice-governador João Leão (PP) têm sido cada vez mais raras. O “Bonitão”, como é carinhosamente chamado no meio político, que seria o natural substituto do governador Rui Costa (PT) na cerimônia simbólica de mudança da capital para Cachoeira, novamente ‘mergulhou’. Embora a justificativa oficial tenha atribuído às fortes chuvas o que causaria impossibilidade do helicóptero do vice pousar em solos do Recôncavo, nos bastidores da base governista o que se comenta é que Leão continua imerso no mergulho pós-Lava Jato. 

O nome da filha recém-nascida do governador Rui Costa não agradou ao secretário de Cultura da Bahia. Durante os eventos comemorativos da transferência da capital baiana para Cachoeira, Jorge Portugal perguntava qual teria sido o nome dado à filha do chefe. Quando informado pela reportagem que se trata de Malu, o secretário disse, em tom descontraído: "perdeu a oportunidade de colocar Maria Quitéria".

Jaques Wagner (PT) já respondeu que a disputa pela prefeitura de Salvador em 2016 não está nos seus planos. Mas alguns petistas deixam escapar que seu nome é visto como o "Salvador da Pátria" para uma candidatura própria que possa fazer frente ao prefeito ACM Neto (DEM).

Apesar de a priori descartar a possibilidade, uma questão não pode deixar de ser pontuada: Jaques Wagner (PT) sempre teve um bom desempenho eleitoral na capital baiana. Na primeira eleição que disputou para governador, em 2002, Wagner ganhou do eleito Paulo Souto (DEM). Naquele ano, obteve 626.515 contra 403.179 votos do demista.

No ano em que foi eleito governador, o desempenho de Wagner foi ainda melhor. O petista recebeu 678.017 sufrágios contra 408.221 de Souto. Na reeleição, recebeu 815.314 votos. Se aceitasse disputar a prefeitura, Wagner disputaria com o atual prefeito ACM Neto que, em primeiro turno, nunca obteve 600 mil votos.

Quem não gostou nada dessa possibilidade foi a cúpula comunista, sob o risco de o ex-governador e ministro da Defesa "abafar" o protagonismo que a deputada Alice Portugal (PCdoB) tanto deseja para 2016. A sensação para os comunistas é de Deja vú.  Apesar do discurso de peso, a eterna pré-candidata do PCdoB tem receio de mais uma frustração após edições consecutivas de “quase PCdoB no protagonismo”.

Quem curtiu o arrasta pé no São João do Pelô nem imagina que, por trás do clima de tranquilidade, uma briga silenciosa esquenta os postos de comando no turismo no governo do Estado. Há quem diga que a intervenção do Ministério Público no edital junino da Bahiatursa tenha tido estímulo de um fogo amigo, o mesmo que também tentou inviabilizar a liberação do Iphan para os festejos no Centro Histórico.