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Com plebiscito, oposição mede forças com Nicolás Maduro na Venezuela

Publicado em 16/07/2017, às 06h10   Folhapress


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A oposição ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tentará, com o plebiscito deste domingo (16), transformar em votos a rejeição popular mostrada nos protestos à Assembleia Constituinte convocada pelo chavista.

Além de opinarem sobre a troca da Carta, os venezuelanos responderão a outras duas perguntas. A primeira é se as Forças Armadas e os funcionários públicos devem ser obrigados a obedecer e defender a atual Constituição e a Assembleia Nacional, dominada pela oposição.
Deverão escolher também se defendem ou não novas eleições "livres e transparentes" e "um governo de unidade nacional para restituir a ordem constitucional".

Um dos principais líderes da oposição, o ex-presidenciável Henrique Capriles estimou nesta sexta-feira (14) que 11 milhões deverão votar, ou 55% de todos os eleitores.

O presidente do Instituto Datanálisis, Luis Vicente León, se recusou a dar estimativas, mas considera que um alto comparecimento deverá pressionar mais o governo.

"Pode não evitar a eleição da Constituinte, mas pode fazer Maduro postergar a ativação da assembleia para tentar um diálogo informal com a oposição", disse à Folha de S.Paulo.

León afirma, porém, que os números reais de votantes não deverão ser conhecidos devido às condições do plebiscito. A coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) não teve acesso à relação dos eleitores.

A lista é feita pelo Conselho Nacional Eleitoral, dominado por chavistas e que considerou a consulta ilegal. O órgão convocou para o domingo uma simulação da votação da Constituinte do dia 30.

Não há também seções definidas, motivo pelo qual a própria MUD admite a possibilidade de que os eleitores votem mais de uma vez. "Faz parte da consciência cívica de cada um que não o faça", disse o dirigente da coalizão Negal Morales na terça (11).

Para o diretor da ONG Transparência Eleitoral, Leandro Querido, o plebiscito é mais um fato político, em que a oposição canaliza a insatisfação dos venezuelanos, que uma eleição formal.

"Claro que do ponto de vista da regularidade técnica deixa muito a desejar, mas não se pode pedir muito quando praticamente já não há mais Estado na Venezuela."

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