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Trump assina novo decreto anti-imigração e poupa iraquianos

Publicado em 06/03/2017, às 19h31   Folhapress


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Depois de adiar o anúncio por duas semanas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (6) um novo decreto proibindo temporariamente a entrada de cidadãos de países de maioria muçulmana e de refugiados, retirando o Iraque da lista das nações vetadas.

A proibição entrará em vigor no dia 16 de março, e a nova ordem executiva anula o primeiro decreto, de 27 de janeiro, que havia sido suspenso por uma liminar e ainda estava sendo debatido numa corte federal de Seattle, no Estado de Washington.

Pelo novo texto, ficam proibidos de entrar no país, por 90 dias a partir do dia 16, cidadãos de Síria, Líbia, Irã, Iêmen, Somália e Sudão. A justificativa para que as novas regras não passem a valer imediatamente, como no primeiro decreto, é tentar reduzir erros em sua aplicação e o caos nos aeroportos, segundo um funcionário da Casa Branca ouvido pela agência de notícias Reuters.

O secretário de Estado, Rex Tillerson, disse nesta segunda-feira que seu departamento estará coordenado com outras agências federais para "implementar essas restrições temporárias de uma forma ordenada".

A grande preocupação do governo Trump, contudo, é tornar o novo texto menos questionável na Justiça que o primeiro, que foi suspenso por uma liminar há mais de um mês -e teve três derrotas em sequência em tribunais.

Para isso, o anúncio desta segunda-feira foi "blindado". Trump assinou o decreto sem a presença da imprensa, ao contrário do que tem feito até agora. A defesa da ordem executiva aos jornalistas foi feita por três secretários -além de Tillerson, John Kelly (Segurança Doméstica) e Jeff Sessions (Justiça)-, mas sem direito a perguntas.
Segundo Sessions, o decreto traz uma "pausa necessária" para que o governo possa rever como são analisados os cidadãos de países "preocupantes" antes de entrarem nos EUA.

O argumento foi reforçado por Kelly, para quem é preciso haver uma "revisão rigorosa" dos programas de visto e para aceitar refugiados. "Não podemos correr o risco de que atores malévolos usando o nosso sistema de imigração tirem vidas americanas", disse.

Sessions lembrou o discurso de Trump ao Congresso, no qual ele disse que a maioria dos condenados por crimes relacionados a terrorismo desde o 11 de Setembro "vieram de fora". "Também sabemos que pessoas tentando apoiar ou cometer atentados terroristas aqui vão tentar entrar por meio do programa de refugiados", disse, completando que mais de 300 pessoas que chegaram aos EUA como refugiados estariam sob investigação dos serviços de inteligência "por atividades potencialmente ligadas a terrorismo".

O secretário de Justiça afirmou que, dos seis países da lista, três são "patrocinadores do terrorismo" e três têm servido de local seguro para terroristas -"países onde o governo perdeu o controle do território para grupos terroristas como o Estado Islâmico ou a Al Qaeda e seus afiliados".

"Isso aumenta o risco de que as pessoas desses países possam pertencer a grupos terroristas ou possam ter sido radicalizados por eles", afirmou. "Não podemos comprometer a segurança da nossa nação permitindo a entrada de visitantes quando o seu próprio governo não é capaz de dar as informações que precisamos para vetá-los de forma responsável."

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