Justiça

Luiz Argolo: de político promissor a condenado na Lava Jato

Publicado em 18/11/2015, às 22h01   Rodrigo Daniel Silva (@rodansilva)


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Foi em outubro de 2014 que o ex-deputado federal Luiz Argolo começou a viver um inferno astral. O jovem baiano da pacata cidade de Entre Rios, que ascendia na carreira política, pode ter visto na noite desta segunda-feira (16) os seus desejos políticos virarem pó após a condenação a quase 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Mas a ruina na sua carreira política iniciou no ano passado quando não conseguiu se reeleger para deputado federal.

Os 63.649 votos não foram suficientes para manter o cargo. Para aliados, ali se iniciou um efeito dominó. Sem o cargo, Argolo perdeu o foro por prerrogativa de função (direito concedido a parlamentares, presidente da República, ministros, juízes e membros do Ministério Público de serem investigados e julgados por tribunais superiores). Isto permitiu que na manhã do dia de 10 de abril, o ex-parlamentar fosse preso em casa no bairro do Caminho das Árvores em Salvador, na 11ª fase da operação da Lava Jato. Poucos dias após, foi levado para a Superintendência da Polícia Federal e depois transferido para o Complexo Médico Penal (CMP), ambos em Curitiba, onde recebeu a notícia da sua condenação.

Com 35 anos hoje, Argolo era visto no mundo político e empresarial como um jovem promissor. Em delação premiada, o dono da empreiteira UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, chegou a dizer que dava as "contribuições" ao ex-deputado porque apostava em seu futuro. "Eu considerava, e considero, o Luiz Argolo como um parlamentar que tivesse futuro, tinha boas ideias, era baiano. [Ele] tinha um reduto eleitoral no interior da Bahia que era interessante e tinha boas relações no Congresso. Eu resolvi me relacionar com ele", contou Pessoa.

Nos 14 anos de carreira política, Argolo foi além de vereador e deputado federal, prefeito interino em Entre Rios e deputado estadual por duas vezes. Passou por quatro partidos políticos, PFL, PPB, PP, Solidariedade e hoje está sem partido.

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