Política

Governadores de direta contrariam Lula e aceleram privatizações

Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Enquanto o presidente tenta impedir a venda de estatais, governadores avançam em planos de privatização  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Daniel Serrano

por Daniel Serrano

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Publicado em 08/04/2023, às 13h33



Indo de encontro com a postura do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), governadores mais à direita querem acelerar as privatizações e concessões de empresas estatais. Estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná já estão em estágio para que desestatizações saiam do papel.

A ação contraria às privatizações vem sendo defendida por Lula desde a campanha eleitoral do ano passado. Na oportunidade, o petista defendeu a reestatização da Eletrobras, que ainda não saiu do papel.

Os planos do governo de Jair Bolsonaro (PL) foram interrompidos pela gestão Lula, que tirou do Programa Nacional de Desestatização (PND) estatais como os Correios; Empresa Brasil de Comunicação (EBC); Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro); Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev); e Petrobras.

Lula não mudou a sua posição nem com a pressão gerada pelo aumento na arrecadação federal imposta pelos planos apresentados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no projeto do novo arcabouço fiscal.

Após o anuncio da medida, ocorrido na última quarta-feira (5), três governadores demonstraram abertamente planos de privatização ou concessão de estatais. Para Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, a venda das estatais melhora a eficiência dos serviços e evita prejuízos aos cofres públicos.

No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite foca suas atenções nas concessões ao longo dos próximos anos, em especial rodovias estaduais e do Cais Mauá, uma seção do porto fluvial de Porto Alegre. Em seu primeiro mandato, o tucano derrubou uma lei que previa plebiscitos antes de privatizações e privatizou algumas estatais, como a Sulgás e a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).

Já Tarcísio de Freitas pretende realizar uma série de privatizações e concessões ao longo de seu mandato. A previsão é que ele pode arrecadar até R$ 180 bilhões em quatro anos. O principal objetivo é desestatizar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Segundo o governador paulista, há um acordo com o Banco Mundial para privatizar a estatal.

Em Minas Gerais, o governador Romeu Zema que privatizar a Companhia Energética Minas Gerais (Cemig) e a Companhia de Saneamento do estado (Copasa).

Filiado ao partido Novo, Zema teve um primeiro mandato marcado por reclamações com a resistência da Assembleia estadual com os planos de privatização. Apesar disso, ele conseguiu fechar a concessão do Metrô de Belo Horizonte ao grupo Comporte Participações S/A, de São Paulo. Após as eleições que o deram uma base mais sólida no Legislativo mineiro, ele quer avançar com as desestatizações.

No Paraná, o governador Ratinho Jr. deseja estatizar a empresa estadual de energia elétrica, a Copel, e conceder ao menos 3 mil km de rodovias estaduais para a iniciativa privada.

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