Eleições

Com duas horas de atraso, comício de Marina em Cajazeiras tem pouca adesão

Imagem Com duas horas de atraso, comício de Marina em Cajazeiras tem pouca adesão
Poucos simpatizantes e muitos militantes ainda aguardavam a presidenciável  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 20/09/2014, às 23h34   Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)


FacebookTwitterWhatsApp

Em Salvador desde a tarde deste sábado (20), a candidata à presidência da República, Marina Silva (PSB) subiu ao palco montado no campo da Pronaica em Cajazeiras, após duas horas de atraso. Poucas pessoas ainda aguardavam a socialista que ainda realizou um encontro com lideranças do movimento negro antes do comício. Visivelmente cansada e com a voz rouca, Marina discursou para uma pequena quantidade de simpatizantes à sua candidatura e muitos militantes.

Com o palco lotado de correligionários, acompanharam a presidenciável a candidata ao governo da Bahia, Lídice da Mata, seu vice, Eduardo Vasconcelos, e a postulante ao Senado, Eliana Calmon. Primeira a discursar, a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal ressaltou o crescimento da socialista nos últimos dias.

Marina Silva empolgou mesmo no evento com as lideranças do movimento negro. Por mais de 40 minutos, a candidata falou dos ataques que vem sofrendo da presidente Dilma Rousseff em sua campanha eleitoral. Para ela, a estratégia petista não passa de ‘desespero’. “Todos sabem que nossos adversários estão desesperados e pessoas assim são capazes de tudo”.

Criticada por alguns pontos do seu plano de governo, Marina voltou a defender que todos os segmentos foram contemplados nas suas possíveis políticas públicas, e que vem recebendo ataques justamente por ter um plano segmentado. “Construímos esse plano de governo com a contribuição de seis mil pessoas, em cinco seminários. Nós temos um plano para o Brasil e é justamente ele que virou peça de campanha dos adversários porque eles não tem programa e ficam nos criticando. Eu prefiro correr o risco e apresentar o plano que dizer que farei o mesmo”, disse referindo-se à presidente Dilma Rousseff.

Marina garantiu que irá manter as boas ações dos governos de Lula e Dilma, mas que não irá repetir os erros. Se diz ‘bastante preocupada’ ao ouvir a petista dizer que fará o mesmo no próximo mandato. “O mesmo é a corrupção, é a distribuição de cargos, é o desvio de dinheiro da Petrobras. Isso eu não quero, não vou fazer”.

Ao se referir sobre a polarização PT e PSDB, a presidenciável destacou que pela primeira vez, as duas legendas estão juntas. “Juntos na mesma artilharia. É uma luta de vários Golias contra um Davi”, repetiu como em outros momentos.

Sobre a polêmica relacionada a inclusão de políticas públicas para religiões de matriz africana em seu plano de governo, Marina disse que já ouviu diversas ‘atrocidades’, inclusive de que iria derrubar os terrenos de candomblé. Mais uma vez, voltou a afirmar que preza pela liberdade religiosa, inclusive daqueles que não possuem nenhuma religão.

Documento

No debate com as lideranças do movimento negro, a candidata discutiu o enfrentamento do racismo, a defesa da promoção da igualdade racial, o combate à intolerância religiosa e a garantia da transversalidade da política de governo. Dentre as 15 propostas pelo movimento, o vereador Silvio Humberto (PSB) destacou o apoio à criação do Fundo de Combate ao Racismo, o combate à intolerância religiosa e a violência contra a mulher negra. “Em nosso estado, principalmente, a pobreza tem cor, gênero e condição social: ela é mulher, negra e pobre”, ressaltou.

Fotos: Paulo M. Azevedo // Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp