Universidades estaduais em crise cobram mais recursos para 2014
Publicado em 12/12/2013, às 09h02 Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)
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Pela terceira vez este ano, professores e alunos de universidades estaduais cobram 7% da receita líquida do Estado para a Educação. De acordo com o vice-reitor da Universidade do Sudoeste da Bahia (Uesb), José Luiz Rech, menos de 5% é repassado para as instituições, o que prejudica o andamento de muitas atividades. Em audiência pública na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), na manhã desta quarta-feira (11), o clima ficou tenso entre os docentes e parlamentares presentes.
Rech, que representa o Fórum de reitores, fez duras críticas ao governo do estado e comparou o caos da Educação com a saúde. “Com o orçamento que temos hoje é como se estivéssemos na UTI cheio de aparelhos. Se formos para 7% [proposta], seremos um paciente saindo do hospital de cadeira de rodas. Mas tenho certeza que se mudássemos o nome das instituições para ‘Arena Fonte Nova’ teríamos mais recursos do governo”.
O vice-reitor ainda criticou o governo petista, mesmo afirmando fazer parte dele. “Lá fora tenho o meu partido, mas eu sou gestor hoje e sou contra este governo que está aí, pois é um dos piores momentos que vivemos em 29 anos que estou a nesta instituição”.
De acordo com o presidente do Fórum das Associações Docentes das Universidades Estaduais, Marcos Tavares, o governo do estado fez duros cortes no orçamento, prejudicando o encaminhamento de atividades nas instituições. Para 2013, a Universidade de Feira de Santana teve R$ 12 milhões a menos. Já a Uneb teve um corte de R$ 73 milhões. “Agora, somente para um evento e construção da Arena Sauípe, o governo destinou quase R$ 6 milhões. Corta de um lado para colocar em outro. E eles não têm vergonha de dizer isso”.
O presidente da comissão, o deputado estadual Álvaro Gomes (PcdoB) tentou apaziguar os ares revoltosos dos estudantes, mas foi rechaçado por muitos. Sob gritos de protesto, quais direcionaram ao governador do estado como “traidor”, o líder do governo na Alba, José Neto (PT), acompanhou parte da audiência. Tentou explicar a motivação dos cortes e ressaltou o investimento nos últimos anos.
“Eu sei que a situação está difícil, mas não dá para dizer que não investimos. De 2006 para cá avançamos entre mestres e professores em 70%. Estamos caminhando para a sexta universidade federal enquanto tínhamos apenas uma. São 30 campus em dois anos. Tínhamos um orçamento de R$ 346 milhões [2006] e passamos para R$ 1,02 bilhões em 2013. É um aumento de 290% em oito anos para uma inflação acumulada que não chega a 50%”.
Neto ressaltou que o pacote de medidas para beneficiar parte da população acabou prejudicando setores da educação. “Fizemos uma opção que reflete na receita bruta do estado, como a redução do IPI, por exemplo. Problemas com a saúde também influenciaram nessa conta”.
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