Cidades

Governo inaugura monumento em homenagem às vítimas da ditadura

Publicado em 29/08/2015, às 07h11   Matheus Fortes (Twitter: @theusfortes)


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Nesta sexta-feira (28), autoridades e representantes de entidades ligadas a Comissão da Verdade estiveram presentes no Campo da Pólvora, para a inaguração de um monumento que homenageia brasileiros que morreram e desapareceram no período de ditadura militar. A obra pública tem quatro metros de altura, e contem o nome das vítimas que desapareceram entre os anos de 1964 a 1985.  
Por conta de uma viagem à Fortaleza, onde se reuniria com a presidente Dilma Rousseff e demais governadores do Nordeste, Rui Costa não esteve presente no evento e o governo do estado foi representado pelo secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, que destacou a importância do monumento para fazer um resgate à memória daqueles que lutaram contra o regime. 
"Esse resgate é tão mais necessário em um momento em que se volta a falar de golpe, um desejo de negar ao povo e aos trabalhadores os seus direitos, em negar aos eleitos o direito de governar", afirmou o secretário, fazendo referência aos protestos antigoverno que tem tomado as ruas do país três vezes este ano.
A entrega da escultura também integra a lista de atividades da Semana da Anistia, que ocorre simultâneamente em todo país. No monumento são homenageados 32 baianos que desapareceram em vários cantos do país, e mais três que não são baianos, mas que foram vistos pela última vez na Bahia. Também esteve presente a vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, Diva Santana, que fez uma observação sobre os desaparecimentos. 
"Desses 32 baianos, 22 são desaparecidos políticos. Ou seja, aqueles que sairam de casa, e que até hoje as Forças Armadas ainda não deram nenhuma informação sobre a morte e o local onde foram seputados. Além de resgatar a memória deles, essa data visa também a luta pelo esclarecimento da circunstâncias das mortes", explica Diva Santana. 
Também compareceu a inaguração, o advogado Carlos Marighella Filho, herdeiro do guerrilheiro Carlos Marighella, assassinado em 1968, e considerado um dos maiores opositores ao regime militar, que relembrou a ocasião em que perdeu seu pai, e as circunstâncias daquele período. 
"Por muito tempo, a Bahia e o Brasil só ouviu uma única versão sobre meu pai: a de que ele era um criminoso, um assaltante de banco, um assassino. Entrantanto, o que a história da Bahia vem revelando cada vez mais é justamente o contrário", explicou o advogado, que também integra o Pró-Memorial Marighella. 
Publicada no dia 28 de agosto de 2015, às 19h

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