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Cíntia Kelly: Via Bahia quer R$ 12 bilhões de indenização da União, diz deputado

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Concessionária se esquiva  |   Bnews - Divulgação
Cíntia Kelly

por Cíntia Kelly

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Publicado em 13/10/2023, às 07h00



Em entrevista recente e em artigo publicado na imprensa baiana, o presidente da Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), Eduardo Sales (PP), afirmou que a Via Bahia cobra indenização de R$ 12 bilhões a União.Responsável por rodovias pedagiadas - BR 324 e 116 - a Via Bahia, segundo Sales, reclama de cláusulas não cumpridas pelo Estado.

A concessionária virou motivo de reclamação. Não raro, motoristas se deparam com verdadeiras crateras nas vias, que ocasionam acidentes, por vezes, fatais. A comissão já deliberou por pedido de prisão dos executivos da empresa e, mais recentemente, convocou o presidente da concessionária, José Bartolomeu, a esclarecer os motivos que levam a empresa a manter as rodovias precárias, embora cobrando pedágio dos que por elas trafegam.

Via Bahia se esquiva

Esta colunista entrou em contato com a Via Bahia para saber que “história é essa” de cobrar indenização da União - leia-se todos os pagadores de impostos. Por meio da assessoria de comunicação, a concessionária diz o seguinte:

A Concessionária e o Ministério dos Transportes estão em estágio avançado nas tratativas para chegar em um consenso e resolver os impasses referentes ao contrato de concessão das rodovias BR-116 e 324. A VIABAHIA aguarda por novidades já nos próximos meses e reitera sua confiança no Governo e na solução consensual, que viabilizará os investimentos, melhoria do conforto dos usuários, geração de empregos e maior contribuição para a economia da Bahia e do Brasil.

Não é de mais lembrar que, desde julho, a Via Bahia teve os valores de pedágio majoradas.

Arrogância de um ex-homem-forte

O mundo gira, capota, da rabiola sem dó nem piedade. Em 2020, um comunicador com dezenas de milhares de seguidores nas redes sociais, adentrou a sala de um importante nome da prefeitura de Salvador à época.

Queria ele disputar uma vaga de vereador.Ele entrou, sentou-se e pôs-se a falar da sua vontade de entrar na política. Sem recursos, disse ao preposto do Thomé de Souza que dispunha, em contrapartida, de uma infinidade de seguidores nos meios digitais. As redes sociais já eram fortes naquelas eleições.

Os argumentos dele não foram suficientes, e o comunicador foi interrompido pelo ex-homem-forte da praça municipal. Quase escorraçado, ouviu:

Você acha que só porque você tem popularidade vai conseguir transformar isso em voto? Política é grupo. Isso é mais importante.

Alma boa de capacidade duvidosa

Desencorajado diante do que ouvira, o comunicador saiu da sala engolindo a raiva e a humilhação.

Mas o tempo é rei. Em 2022, ele disputou vaga para o Legislativo federal. Saiu das urnas com 23 mil votos apenas em Salvador. Já o ex-homem-forte está tentando vitaminar o partido do qual faz parte. Para isso, tenta convencer uma turma desaplaudida e ruim de voto a se filiar a seu partido. Dizem até que o desespero por um puxador de voto é tamanho, que tem tentado ressuscitar uma boa alma, que, apesar de boa, é de capacidade questionável e já foi reprovada nas urnas.

Jogando a isca para a bancada da bala?

A mudança no comando da Câmara dos Deputados acontece apenas em fevereiro de 2025, mas as movimentações para disputar o comando da Casa Baixa começaram faz tempo. Dois baianos já estão na articulação de suas candidaturas: Antônio Brito e Elmar Nascimento, respectivamente líderes do PSD e União Brasil.

Caso a candidatura de um dos dois ganhe corpo, a Bahia pode voltar ao comando do Legislativo federal e ao protagonismo político. Nada mal. Ruim até agora é o que pode envolver a busca pelo voto. Na semana passada, circulou a informação de que Brito pretende ter o apoio dos bolsonaristas.Até aí, tudo normal abaixo da linha do Equador. O problema é que para ter o bolsonarista a seu lado, Brito pretende dialogar sobre pauta armamentista.

Sincerão

E assunto é muito sério. A onda de violência cresceu em todo país, embora Rio de Janeiro e Bahia se destaquem. Apesar de ser um tema delicado e melindroso, defensor e entusiasta da candidatura de Brito, Charles Fernandes (PSD-BA) acha que a possível aproximação do correligionário com a bancada da bala é mais uma forma de mostrar-se aberto ao diálogo sobre o tema, do que propriamente tê-lo como pauta.

- É uma forma de ele conseguir apoio. Não acredito que essa pauta seja levada adiante com tanta violência e insegurança”, disse Charles, numa sinceridade desconcertante.

Por hoje, é isso. Até a próxima sexta!

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