Política
Arquivo / ALBA
A deputada estadual Fátima Nunes (PT) se posicionou, em entrevista ao BNews nesta quarta-feira (25), após afirmar ter “orgulho de ser preta”, mesmo já tendo se autodeclarado branca em outros momentos. A fala da parlamentar aconteceu na sessão do plenário do último dia 3 na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).
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“Eu falei de um sentimento que eu vivo e luto todos os dias. Meu pai é negro, teve o encontro com a minha mãe, que é branca, e eu sou uma miscigenada lutadora pelos nossos direitos”, iniciou a petista.
A deputada afirmou que já viu a mãe “ser discriminada na família dela porque casou com um negro”. “Eu vi meu pai morar no cantinho do recanto da fazenda do meu avô porque era negro. Eu vi meus tios muitas vezes abrir a porteira no tempo do inverno, jogar o gado dentro da roça do meu pai porque ele era negro”, continuou.
Então, de toda essa minha vida, eu sempre carreguei esse sentimento e essa luta. Não é a claridade da pele, é o sentimento de luta por direitos, por justiça, para o nosso negro”.
A situação envolvendo a deputada repercutiu ainda mais nas redes sociais porque, durante as últimas eleições estaduais, o PT, partido da deputada, abusou da ironia quando ACM Neto (União Brasil), principal adversário dos petistas no estado e originado em uma família tradicional de Salvador, se autodeclarou pardo para a Justiça Eleitoral, ficando habilitado para receber valores das cotas para negros.
A parlamentar foi questionada pelo BNews sobre o caso de ACM Neto. A petista aproveitou para alfinetar o ex-prefeito da capital baiana. “Olha, eu não precisei me pintar para sentir e lutar pela minha raça, pela minha etnia que eu considero. Eu sou assim. Eu não sei porque [ACM Neto] teve esse desejo de ser”.
Mas é bem diferente a minha luta, a minha vivência, a minha convivência da de um menininho do Playground”.
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