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Só um milagre salvará Argôlo, diz relator do processo

Imagem Só um milagre salvará Argôlo, diz relator do processo
Marcos Rogério está prestes a concluir o relatório para o Conselho de Ética  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 16/08/2014, às 16h08   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)]



Relator do processo contra o deputado federal Luiz Argôlo (SD) no Conselho de Ética da Câmara, Marcos Rogério (PDT-RO) confidenciou a correligionários que, pelo teor das provas reunidas por ele nos últimos dias, só um milagre salvará o parlamentar baiano da cassação por quebra de decoro. Recentemente, Rogério teve acesso a mais documentos da Operação Lava Jato remetidos pela PF ao Supremo Tribunal Federal. O material, pelos relatos dos aliados de Rogério, vai muito além de confirmar as informações fornecidas ao conselho pela ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Pozas - a de que havia um duto entre empresas usadas no esquema de lavagem de dinheiro e pessoas bastante próximas a Argôlo. Os papéis e cruzamentos de dados bancários feitos durante a investigação da PF, ainda mantidos em sigilo pelo STF, apontam com clareza quem, quanto, quando e por onde foram feitas as remessas.



Com a farta documentação do STF e os detalhes fornecidos por Meire Pozas, Marcos Rogério está prestes a concluir o relatório para o Conselho de Ética. Aos parlamentares de seu círculo mais restrito no Congresso, o deputado de Rondônia adiantou que pedirá, com riqueza de detalhes, a cassação de Luiz Argôlo.

Mesmo com o cerco cada vez mais fechado, Luiz Argôlo tem agido como se estivesse pronto para devorar uma enorme pizza. Além de acelerar a campanha pela reeleição, o deputado é visto com frequência em eventos públicos de seus redutos eleitorais. Sobretudo junto a líderes políticos de Alagoinhas e Itaberaba.


A contadora

No dia 13 de agosto, a contadora do doleiro Alberto Youssef, pivô de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro, presta depoimento no Conselho de Ética da Câmara Federal. Meire Bonfim Poza é considerada testemunha-chave da Operação Lava Jato da Polícia Federal. Ela foi convidada pelo colegiado para ser ouvida como testemunha do processo de cassação do mandato do deputado Luiz Argôlo (SDD-BA), o  mais próximo dos parlamentares que mantinham relação com Youssef.



Em um dos trechos do depoimento, Meire afirma que Argolo recebeu mala de dinheiro de Youssef, conforme a matéria da Veja citara sobre autoridades que foram beneficiadas pelo doleiro. "Luiz Argolo chegou a receber sim. Da última vez que o encontrei ele foi em São Paulo para buscar dinheiro. Não pode ir embora porque o dinheiro não chegou", afirmou, informou que o pagamento era feito, na maioria da vezes em espécie. Entretanto, podia ser feito através da Transferência Eletrônica Disponível (TED), "mas em nome de Manoelito Argolo e Élia da Hora", anunciou a contadora. Manoelito Argolo, a quem ela se refere, é irmão de Luiz Argolo.

Ainda conforme Meire, Argolo é sócio de Youssef na Malga Engenharia e. a relação entre os dois "é de carinho. Youssef chama Argolo de Bebê Jhonson".


OUÇA TRECHO DO DEPOIMENTO


Com informações da coluna Tempo Presente, por Jairo Costa, Jornal Correio*

Nota originalmente publicada às 9h03 do dia 16/08

Classificação Indicativa: Livre

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