O ponto alto do debate sobre Segurança Pública realizado no Palácio da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba), nesta quinta-feira (18), foi o embate protagonizado entre as duas únicas mulheres que disputam o governo da Bahia nas eleições deste ano.
Na terceira parte do debate, organizado pelo Mestrado em Segurança Pública, Justiça e Cidadania da Faculdade de Direito, a postulante do PSTU, Renata Mallet, foi sorteada e escolheu a candidata Lídice da Mata para responder sua pergunta. No questionamento, Renata colocou a necessidade de "ruptura" do atual modelo de governança como forma de reduzir os atuais índices de violência. "Como o seu governo faria diferente [do governo] do PT? Como a população baiana poderá confiar no seu governo para reverter essa ótica?", perguntou Mallet após lembrar que a atual senadora foi eleita em 2010 na chapa governista e o PSB, seu partido, deixou o governo do Estado em 2014.
Na réplica, não satisfeita com a resposta dada por Lídice, que apontou diversas ações que pretende colocar em prática caso seja eleita, Renata Mallet voltou a provocar a senadora. "Para acabar com essa 'guerra' que assola os jovens, negros, trabalhadores, é preciso primeiro romper com a lógica do carlismo, romper com a lógica do governo do PT, que fez quase a mesma coisa do governo anterior. Infelizmente candidata, a sua candidatura não se propoem a fazer essa ruptura e não dará resposta às exigências dos trabalhadores. A candidata até secretaria no governo tinha, não se posicionava como oposição desse governo. Agora não dá mais para fazer isso. Se fizer tem que romper primeiro e essa é a nossa exigência", afirmou a candidata do PSTU.
Na tréplica, Lídice foi incisiva: "Quem tem algum tipo de identidade e obcessão pela figura do PT, de fazer oposição, são vocês que já foram todos do PT. Eu nunca fui [do PT]. Em nenhum momento neguei a minha participação no governo do PT, ou melhor do governo que elegeu Jaques Wagner com o apoio de bastante partidos políticos democráticos e de extração de esquerda", disparou.
Ainda conforme Lídice, o PT na Bahia conseguiu afastar o carlismo do comando do Estado, modelo considerado por ela "conservador". "Acho que Wagner cumpriu esse papel de libertar a Bahia desse atraso político que vivia a Bahia. O governo Wagner avançou na implantação de políticas públicas importantes implatadas por Lula no Brasil, mas, no entanto, demonstrou sua incapacidade em prosseguir com esse modelo, a partir do seu segundo governo, assim como o governo de Dilma [Rousseff] tem demonstrado incapacidade de avançar na direção da democratização do processo de inclusão social neste país", afirmou Lídice, que foi bastante aplaudida pela plateia.
Antes de Mallet, o candidato do Psol Marcos Mendes, na tréplica, questionou a Lídice após responder uma pergunta da senadora: "Se for o Psol e o PT para o segundo turno, quem a senhora irá apoiar?", questionou o pessolista, que não pode ouvir a resposta, já que Lídice não tinha mas direito a fala.
Nota publicada originalmente às 16h40 do dia 18 de julho de 2014.
