Política

Alvo de denúncias, Luiz Argôlo 'esfria cabeça' em trio de micareta

Imagem Alvo de denúncias, Luiz Argôlo 'esfria cabeça' em trio de micareta
Há quase duas semanas, o deputado não registra presença em plenário  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 08/05/2014, às 13h06   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)




Envolvido em denúncias, o deputado federal Luiz Argôlo (SDD) foi esfriar a cabeça na micareta de Alagoinhas, interior da Bahia, no último final de semana. Segundo informações publicadas pelo colunista Lauro Jardim, sem dar sinais de abatimento, no primeiro dia, o parlamentar deu pinta num dos camarotes da festa. Depois, ainda teve animação para subir no trio elétrico.

A Corregedoria da Câmara abriu investigação contra Argôlo, suspeito de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef. Youssef está preso desde o fim de março, acusado na Operação Lava-Jato de movimentar irregularmente R$ 10 bilhões.
De acordo com reportagem do jornal Folha de São Paulo diz que o doleiro Alberto Yousseff pagou de um a dois caminhões lotados de bezerros para o deputado Luis Argôlo, do Solidariedade da Bahia. O jornal afirma que teve acesso a mensagens trocadas entre Yousseff e L.A - que é o apelido do deputado segundo a Polícia Federal. Na conversa, Argôlo passa a conta bancária de uma pessoa e de uma empresa e pede o depósito de R$ 110 mil. E Yousseff responde: "Ok. Vou correr atrás para fazer. Beijo".
Há quase duas semanas, o deputado Luiz Argôlo não registra presença em plenário. Já foi aberta uma investigação na Corregedoria da casa para apurar o suposto envolvimento dele com o doleiro. A corregedoria ainda não conseguiu notificar o deputado para que ele apresente a defesa. Só depois disso pode começar a análise para saber se há indícios de quebra de decoro parlamentar. O pedido de investigação foi feito pelo líder do PPS na Câmara. 


Denúncias


Depois de revelar que Alberto Youssef providenciou um jato para a viagem de férias do então vice-presidente da Câmara dos Deputados, as investigações da Polícia Federal indicam agora que o doleiro também bancou de um a dois caminhões lotados de bezerros para o deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA). Pivô da Operação Lava Jato e suspeito de integrar esquema bilionário de lavagem de dinheiro, o doleiro Youssef aparece nas investigações em intensa comunicação com o deputado Argôlo.

Em uma das conversas a qual a Folha teve acesso, em dezembro do ano passado, “LA”, como é o apelido de Argôlo nas mensagens, segundo a PF, passa a Youssef a conta bancária de uma pessoa e de uma empresa e pede o depósito total de R$ 110 mil. “Esses 110 resolvem tudo, 50 de um e 60 de outro, diga que você consegue, vá”, escreve Argôlo em uma mensagem de texto. Youssef, então, responde: “Ok, vou correr atrás para fazer bjo”.
Uma das contas fornecidas pelo deputado é de Júlio Gonçalves de Lima Filho (indicação de depósito de R$ 60 mil). A outra (R$ 50 mil) é em nome de União Brasil Transporte e Serviços. A Folha entrou em contato com Júlio, que disse ser um comerciante de gado na Bahia. Ele confirmou ter feito negócios com o deputado. ”Comprei garrote [bezerros] para ele e família dele. Vendi um caminhão, dois caminhões de garrote para ele, mais ou menos”, disse, na faixa de R$ 1.000 cada garrote. O comerciante diz ter sido apresentado ao deputado por amigos do ramo de gado. “Todo mundo conhece ele aqui na Bahia como deputado e fazendeiro”, afirmou.

Nota originalmente postada às 7h do dia 8

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp