A eleição da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) nunca foi tão disputada e, às vésperas da escolha do novo presidente, os holofotes apontam para os pilares de influência que podem determinar o resultado do pleito. De um lado,
a Odebrecth cada vez mais dá as cartas para garantir o posto, mantido há 14 mandatos. Do outro, a relação entre o secretário de Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, com o goverandor Jaques Wagner pode somar votos à oposição devido à ligação que James possui com o candidato Gilberto Farias.
Ainda que à frente do cargo desde a última eleição, em 2010, José Mascarenhas tem sofrido um forte embate nesta disputa e a garantia de uma manutenção da gestão não se configura mais como certa. Isso porque, o 1º escolhido como vice na chapa, Victor Ventin, já firmou a primeira derrota do grupo quando teve a candidatura impugnada.
Buscando assegurar a reeleição, Ventin abriu mão de disputar o cargo de 1º vice-presidente da FIEB e de suplente no Conselho da CNI, ainda que com o direito de recorrer da decisão no Conselho de Representantes da entidade ou mesmo na Justiça, mas preferiu se afastar em prol da manutenção da unidade. Quem assumiu o lugar dele, é o então vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, Claúdio Melo.
Para não perder a oportunidade de quebrar um pilar da oposição - já que James Correia é um apoiador confesso de Gilberto Farias - o vice de Mascarenhas na campanha tentou convencer Jaques Wagner durante viagem ao Japão, na qual a cúpula do Governo foi conhecer o estaleiro da KHI em Sakaide, afim de verificar o treinamento feito no local pelos profisisonais do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP). Lá, com a presença do secretário de Mineração, Melo tentou buscar a neutralidade de Wagner, mas não conseguiu.
Ao contrário do que foi publicado por alguns veículos de comunicação afirmando que o governador haveria pedido a James Correia para não se envolver nas eleições da Fieb, fontes ligadas ao alto escalão do Governo que entraram em contato com a reportagem do Bocão News desmetem e rechaçam veemente a informação. A pressão sofrida por Wagner resultou em um efeito contrário à neutralidade esperada e divulgada pela chapa de Mascarenhas. Wagner, segundo as fontes, não cedeu ao pedido de Claudio Melo e orientou o secretário James a continuar seguindo..a ir em frente.
Desta forma, a tentativa de assegurar a chapa Odebrecht criou uma válvula de escape que deve explodir no próximo dia 28 de janeiro, momento no qual a corda de influências terá que pender.
Publicada no dia 23 de janeiro de 2014, às 16h26
