Quem estiver pleiteando uma vaguinha no governo da presidente Dilma Rousseff deve ficar atento ao passado. É que Agência Brasileira de Inteligência (Abin), formada por gente especializada em investigar a vida alheia sorrateiramente, os chamados arapongas, vai espionar todos os indicados pelos partidos aliados para os cargos do segundo e terceiro escalão do Planalto.
A determinação veio da própria Dilma, que quer ver a ficha criminal dos candidatos antes que gente com passado nada limpo seja efetivado em um cargo. Segundo matéria publicada na Folha Online, os arapongas da Abin foram incubidos de produzir relatórios - suavemente chamados de "levantamento de dados biográficos" - para os indicados a uma das 2,7 mil vagas ainda abertas. A intenção é evitar desgastes com a contratação de pessoas que acabem sendo alvo de denúncias publicadas na imprensa.
A medida vale tanto para os 435 cargos com os maiores salários - os secretários e assessores especiais de ministros -, quanto para 2.244 candidatos a receber salários menores, que vão de R$4 mil à R$11 mil. Contudo, pode não dar resultado, já que os agentes da Abin sofrem com defasagem de pessoal e disseram, sob anonimato, que não têm condições de produzir um levantamento eficiente no pouco tempo pedido por Dilma.
