Um dos projetos de possível emancipação municipal atualmente existentes na Bahia é a transformação do distrito de Abrantes, em Camaçari, em uma nova cidade. Mesmo com pequena extensão territorial – entre os rios Joanes e Jacuípe -, a localidade tem uma comissão que deseja se separar e criar estrutura própria.
O prefeito de Camaçari, Ademar Delgado (PT), afirma que não tem intenção de barrar a possibilidade de emancipação de Abrantes, mas pede que haja “responsabilidade” no processo. Segundo ele, a população de todo o município precisa ser ouvida e manifestar seu desejo de abrir mão da localidade.
“De minha parte, recebi a comissão e disponibilizei todos os dados que nos foram solicitados. Dados sobe economia, densidade demográfica, população. Depois que estes dados forem aprovados e se atestar que há a viabilidade da emancipação, vem uma parte muito mais difícil, que é convencer a comunidade de que isto é importante. Tem que ouvir todo o município”, defende.
A responsabilidade citada pelo prefeito, segundo seu entendimento, é a de admitir que não é possível seguir adiante com o projeto se não houver viabilidade. Especialmente a financeira. “Nós vemos todos os dias prefeitos de cidades do interior em marcha a Brasília com o pires na mão pedindo recursos”, alfinetou. Para Delgado, há pessoas na cidade “vendendo ilusões” em busca de “simpatia fácil” com o sonho de emancipação e tal atitude não pode ser o lastro da possibilidade de separação do distrito.
O petista lembrou a recente campanha para separação de parte do território do Pará, rejeitada pela população, além de movimentos separatistas ocorridos dentro da Bahia, a exemplo da criação do estado do São Francisco. Apesar de admitir o desejo legítimo de emancipação, o prefeito lembra que as maiores dificuldades dos municípios são a manutenção e custeio da máquina municipal. Na criação da cidade, haveria na esteira a montagem de estruturas executivas e legislativas, todas com grande volume de recursos a investir.
Postada às 13h32 do dia 19 de outubro
