Na noite desta sexta-feira (18), as entidades mais tradicionais e representativas dos blocos afro de Salvador organizaram um evento na sede do Ilê Aiyê para homenagear o atual diretor de comunicação institucional para a Bahia da Petrobras, Wilson Santa Rosa. Entretanto, apesar do caráter oficial do evento, a intenção dos grupos era se situar politicamente. Ao lado do pré-candidato ao Governo da Bahia e ex-presidente da estatal do petróleo, José Sérgio Gabrielli.
O evento que aconteceu na Senzala do Barro Preto contou com diversas autoridades do governo estadual, entre eles secretários e parlamentares, todos alinhados à preferência de ter Gabrielli como candidato a governador no lugar do favorito de Jaques Wagner, Rui Costa. Apesar de todo o frisson, Gabrielli negou ser um evento de apoio a si, embora tenha reconhecido que ele próprio foi um dos homenageados.
“Não tem a ver com candidatura. É uma comemoração, uma homenagem que recebo, por conta do apoio que a Petrobras dá aos blocos afro”, opinou. Para ele, mais importante é o ato de lançamento da pré-candidatura que acontecerá na manhã deste sábado no Fiesta Convention Center. O evento, para ele, será uma forma de trabalhar mais frontalmente o convencimento dos principais atores do partido na Bahia e no Brasil de que sua candidatura é a melhor no momento. “Espero que seja eu o candidato”, confessou.
No mesmo discurso, o presidente do Olodum, João Jorge Rodrigues, também negou que o evento fosse plítico e disse que Gabrielli tem “amor, carinho e amizade” dos blocos afro e foi uma figura-chave no desenvolvimento das entidades nos últimos 10 anos. A partir de sua influência, os blocos puderam aumentar sua representatividade e realizar carnavais com maior folga financeira e maior exposição midiática.Rodrigues, porém, não se esquivou de considerar que Gabrielli seja o candidato ideal para as eleições do ano que vem. “Este é um sinal de que setores populares e da cultura brasileira de que é uma pessoa sensível à cultura e de que ele o provável candidato a governador”. Por sua vez, o deputado federal Luiz Alberto considerou que a suposta opção do movimento negro pelo secretário estadual de Planejamento é natural por sua histórica relação com as entidades de cunho social desde a fundação do partido.
*Com informações da repórter Juliana Nobre
Publicada no dia 18 de outubro de 2013, às 22h00
