Petistas se rebelam contra liderança de Gilmar Santiago na Câmara
Publicado em 24/09/2013, às 10h21 Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)
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Na última semana, cinco petistas votaram a favor dos dois projetos que a Prefeitura enviou à Câmara de Salvador para alterar a cobrança de IPTU na capital baiana. Contrariado com o fato, o líder da oposição na Casa, Gilmar Santiago (PT), criticou abertamente os colegas de partido Arnando Lessa, Luiz Carlos Suíca, Moisés Rocha, Henrique Carballal e J. Carlos Filho, o que detonou um tenso processo de insatisfação na legenda.
Santiago acredita ser absurdo o fato dos petistas terem votado com a Prefeitura e acusa os correligionários, de forma velada, de terem negociado condições e vendido seus votos para, no final das contas, prejudicar a população com o novo IPTU. Em entrevistas a veículos de imprensa e conversas abertas a qualquer ouvido próximo, o líder diz que há uma crise interna. Os acusados, por outro lado, reagiram de maneira veemente à situação.
Dois dos mais inflamados na querela foram Suíca e Lessa, que concordam basicamente em um ponto: Gilmar Santiago não age como um líder de um bloco, mas sim como um chefe despótico de uma empresa. “Liderar onde só a sua opinião vale? Me desculpe, mas isto não é liderança. É ser chefe”, lamenta Suíca. Já Lessa destaca que Santiago tem direito de ser autoritário em seu mandato, mas não pode estender esta atitude à coordenação do bloco.
A avaliação do vereador, que também já foi secretário de Serviços Públicos de Salvador, é a de que nenhum momento o líder juntou o bloco para ouvir as alegações de porque votaram a favor do projeto e não na típica recusa própria da oposição. “Ele não dialoga, não busca um consenso. É uma prática da liderança dele. Poderia ter nos procurado, mas preferiu nos atacar, nos acusar. Eu não autorizo o vereador Gilmar Santiago a falar por mim”, disparou Lessa.
Tanto Lessa quando Suíca listam que, no processo de debate do projeto entre os vereadores, os cinco petistas conquistaram mudanças na nova lei que beneficiariam – ou evitariam problemas – para diversas categorias sociais e econômicas de Salvador. Portanto, o esperado seria votar a favor. “Seria ridículo negociar emendas e alterações com as entidades e, no final, votar contra”, explica Lessa.
Ambos evitaram comentar se Gilmar Santiago não representa mais o bloco como antes e preferiram mantê-lo como o líder incontestável do grupo oposicionista. Entretanto, sinalizam que as novas relações que petistas têm com a prefeitura e outrossegmentos da sociedade não será pautada pela típica atuação do-contra histórica do bloco e que o colega de partido precisa entender e praticar isto.
De acordo com Suíca, a atitude democrática natural seria o líder debater com sua bancada e, ainda que sua opinião não seja acatada pelos colegas, ainda assim andar ao lado destes e declinar dos ataques.
*Matéria publicada originalmente às 19h20 do dia 24/09.
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