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Feira: oposição pode ter usado Caixa Econômica como moeda de troca

Imagem Feira: oposição pode ter usado Caixa Econômica como moeda de troca
PMDB e DEM teriam negociado novo contrato para pagamentos de servidores em troca de apoio  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 12/09/2013, às 06h17   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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A parceria entre a Caixa Econômica e a Prefeitura de Feira de Santana, a 108 km de Salvador, está sendo encarada nos bastidores da política por governistas como uma manobra política para eleições de 2014. A partir de agora, o banco será o responsável por exercer o pagamento dos servidores da cidade em troca de um pagamento de R$ 13 milhões distriubuído em cinco anos. Porém, a viabilização deste acordo teria sido em troca de apoio para as eleições estaduais ano que vem.

No centro das supostas negociações estão o DEM e PMDB, dois partidos da Oposição ao governo Wagner que ainda acertam os ponteiros para marchar juntos em 2014. Para poder assegurar que o prefeito da cidade, José Ronaldo (DEM), fortaleça uma eventual candidatura do PMDB, o vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, Geddel Vieira Lima, entrou no circuito para beneficiar a prefeitura. Para auxiliar a "ponte" entre Brasília e Feira, o deputado federal Colbert Martins (PMDB) teria participado das conversas até o martelo ser batido.

A licitação para o novo contrato contava com altos preços, mas para vencer a concorrência a Caixa tratou de majorar consideravelmente as verbas em ordem de impedir que houvesse interferência externa dos adversários. Antes da Caixa entrar no circuito, concorriam pela conta de Feira de Santana os bancos Bradesco e Itaú. O último, atual banco da prefeitura, propôs renovar contrado por uma verba de R$ 6 milhões. Por sua vez, o Bradesco cobriu a proposta com R$ 9 mi. Porém, para não dar chance de haver estrago no acordo, a Caixa topou oferecer R$ 13 mi ao longo de cinco anos.

O acerto teria sido pensado por Geddel, enquanto o "preposto" entre a capital e a Princesa do Sertão teria sido Colbert. Após reuniões com o presidente estadual do PMDB, o parlamentar ia a Feira e tratava de costurar a possibilidade com o prefeito. No futuro, a contrapartida política seria a atuação de José Ronaldo como um dos "fiadores" da candidatura de Geddel ao Governo do Estado, que atualmente tem perdido força interna por conta da pontuação que demistas como paulo Souto e ACM Neto alcançam em pesquisas de opinião. De grande influência no interior, Ronaldo é um dos demistas que ainda não assumiu a disputa do ano que vem como prioridade partidária, apesar de ser muito assediado para tal desde o início de seu mandato.

Na semana passada, em coletiva, o prefeito da cidade, José Ronaldo (DEM), anunciou que o valor pago pela Caixa Econômica será aplicado em obras de infraestrutura para a cidade, como viadutos, passagens subterrâneas, passarelas, entre outros. Além disso, foi anunciado também a abertura de licitação para reforma do Mercado de Arte Popular (MAP), contratação da empresa que irá elaborar de implantação do Sistema Bus Rapid Transit (BRT) em Feira.

PMDB em outras frentes - A Caixa Econômica Federal não foi o único dispositivo que o PMDB baiano teria acionado para se aproximar politicamente do prefeito de Feira. Além da verba que chegará via Caixa, o Ministério do Turismo também será mais um órgão federal a despejar verbas na cidade. Não coincidentemente, o secretário nacional de Programas de Turismo do ministério é o peemedebista baiano Fábio Mota.


De acordo com José Ronaldo na coletiva de imprensa, o Ministério do Turismo vai investir R$ 1,5 milhão na reforma do MAP. Na oportunidade, o deputado estadual Carlos Geilson (PTN), fez questão de ressaltar que o investimento do Ministério do Turismo no MAP é consequente dos esforços do prefeito José Ronaldo, juntamente com o deputado federal Colbert Martins (PMDB) e o ex-ministro Geddel Viera Lima (PMDB). Mota, por sua vez, foi deixado fora da conta.

Em conversa com o Bocão News, o deputado Colbert Martins negou a existência de qualquer manobra política, mas confirma que torceu para que a Caixa Econômica fosse escolhida por ofertar um maior valor. “Interferir no processo da Caixa? De maneira alguma. Nunca. Não aconteceu. Não existe essa questão. Eu não participei de qualquer processo. Não há fundamento nessa questão. Não tem nenhuma jogada política nisso”, disse o parlamentar que ressaltou que trabalhar para trazer investimentos para o município.

A reportagem também entrou em contato com o presidente estadual do PMDB, Geddel Vieira Lima, pré-candidato ao governo em 2014, mas não teve retorno.


Publicada no dia 11 de setembro de 2013, às  15h25

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