O secretário estadual de Comunicação, Robinson Almeida, é um petista que destoa de boa parte dos demais quando o assunto é a decisão do nome da base do governador Jaques Wagner para a sucessão no ano que vem. De acordo com o comunicador, a data ideal para decidir quem será o candidato do grupo é por volta do carnaval do ano que vem. Já muitos correligionários que compareceram aos seminários de correntes do partido no último sábado têm outra opinião. De acordo com o deputado estadual Carlos Brasileiro, não há mais nem um minuto a perder. “A hora é agora”, discursou nos microfones do encontro da Reencantar. Entre os vários representantes do partido, como os deputados federais Walmir Assunção e Waldenor Pereira, o estadual José Raimundo e vários outros distribuídos entre cargos eletivos e de confiança, não há mais dúvida de que o governo deve estacionar a corrida da viabilização e apontar logo um nome.
Para Robinson Almeida, a conjuntura federal ainda está sendo montada e apenas após este movimento a base na Bahia poderá dar seu passo mais significativo. “Na minha perspectiva, é a partir do final do ano que haverá um afunilamento das decisões, depois do Carnaval acho que é um período mais adequado e, até lá, um conjunto de variáveis vai ficar definido também no plano regional, como é que vai se movimentar a oposição, que tipo de convergência vai existir, e tudo isso será parte da análise e definição do PT”, argumentou.
Mas, por parte dos colegas de partido, não há preocupação com a oposição e nem com a construção de apoios. O problema é na animação dos aliados, cada vez mais com as manguinhas de fora em busca de emplacar o esperado nome. Foi unanimidade entre os discursos no sábado a preocupação com a movimentação de partidos da base. “Não existe definir (nome) lá na frente, porque os aliados se colocam como prioridade e isso deixa a militância com um sentimento de desconforto. Não adianta titubear. O momento é agora”, discursou Brasileiro.
Por enquanto, as duas grandes preocupações são com a senadora Lídice da Mata e com o vice-governador e secretário estadual de Infraestrutura, Otto Alencar. No caso da primeira, há a possibilidade forte da candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à presidência, no que seria seguida de uma candidatura ao governo na Bahia. Já Otto tem grande apoio e apelo, especialmente no interior, com excelente relacionamento entre todas as correntes políticas e desponta como franca "ameaça" ao projeto hegemônico petista.