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Vídeo: servidores fazem hits para protestar contra ACM Neto na Praça Municipal

Imagem Vídeo: servidores fazem hits para protestar contra  ACM Neto na Praça Municipal
Trabalhadores cobram do prefeito a tão prometida "valorização do funcionário público"  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 05/06/2013, às 13h12   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)




Para prefeito, secretário e vereadores ouvirem. Na tarde desta terça-feira (4), momentos antes do horário previsto para começar a sessão ordinária na Câmara Municipal de Salvador,ecoou na Praça Municipal paródias contra o gestor da cidade. Eram os servidores do município protestando contra o que consideram “falta de valorização” dos trabalhadores.

Além de cobrar uma proposta de reajuste da categoria, os servidores municipais querem da Prefeitura de Salvador uma alternativa para que não seja extinto o benefício das bolsas de estudo dos trabalhadores, com o fim da compensação tributária, prevista no projeto da Reforma Tributária, de autoria do Executivo Municipal.

A música “20% (de reajuste) na cabeça” fazendo alusão ao “25 na cabeça”, jingle do prefeito ACM Neto durante  a campanha eleitoral arrancou gargalhadas da população na Praça Municipal.

Mas foi na paródia da canção “Elegibô”, de Margareth Menezes, que os servidores demonstraram todo o seu rancor com o prefeito. O refrão diz: “Neto do Demo, o servidor mandou te chamar pra conversar e negociar (bis). Êta Neto da peste. Um Neto desse ninguém merece (bis). Vem cá, vem cá, sentar pra conversar (bis).






O líder da bancada da oposição na Câmara, o vereador Gilmar Santiago (PT), parabenizou a luta dos servidores e criticou a demora da prefeitura de apresentar uma proposta de reajuste e de encontrar uma solução para a manutenção do benefício dos trabalhadores. O petista prometeu apresentar, em nome do bloco oposicionista, uma “emenda supressiva” para garantir as bolsas aos funcionários.





“O governo, na proposta da reforma tributária, prevê a retirada de um direito que os servidores já tinham há muito tempo. Além de onerar e querer punir a população, esse projeto subtrai conquistas do servidor público. Nossa posição é de total apoio aos servidores. Nós achamos que o projeto não deve ser votado não apenas pela questão dos servidores, mas também porque nenhum vereador sabe o conteúdo das mais de 40 emendas que foram apresentadas. Como votaremos um projeto que ninguém conhece?”, questionou Gilmar Santiago.

Na mesma linha, o vereador Luiz Carlos Suíca (PT) defende um debate mais amplo sobre o projeto. O vereador apresentou onze emendas à proposta da reforma tributária de ACM Neto.



“Os trabalhadores têm legitimidade para vir a esta Casa pressionar o Legislativo para cobrar os seus direitos. O que não podemos aturar é que algumas pessoas sejam utilizadas, como saiu no Bocão News, para apoiar vereadores da oposição ou situação. Fizemos onze emendas porque entendemos que a proposta precisa ser aprimorada. Espero que algumas dessas emendas sejam acatadas porque é a contribuição que o nosso mandato está dando à cidade. Torço para que a oposição e o governo cheguem a um denominador comum e que a gente vote o que for melhor para a cidade”, afirmou Suíca.

“Jogo de cena e factoide”

Se para os oposicionistas é “questão de honra” que o governo apresente uma alternativa de benefício aos trabalhadores antes da votação, os vereadores da situação, garantem que também estão do lado dos trabalhadores, mas acreditam que os servidores estão sendo utilizados no “jogo político” para desgastar a imagem do prefeito.



O líder da banda do governo, o vereador Joceval Rodrigues (PPS), explicou, mais uma vez, a situação. “Não terá nenhuma alteração na bolsa educação. Só mudará a forma de pagamento. Será mais benéfica ao município. Uma nova alternativa está sendo estudada, juntamente com os servidores municipais, e encontraremos uma solução que seja positiva para todos. Isso que a bolsa vai acabar não passa de jogo de cena e factoide”, contestou.



A responsabilidade no momento do protesto foi cobrada pelo vereador Leandro Guerrilha (PSL). “Estamos completamente ao lado dos trabalhadores, mas todos nós temos que saber como fazer uma manifestação. Vaiar enquanto o vereador está tentando falar não ajuda. Acredito que os servidores têm que agir com inteligência, protestar com responsabilidade para que uma solução para o impasse seja, enfim, encontrada”, opinou o vereador.

Proposta de reajuste

Após as manifestações, na tarde da próxima quarta-feira (5), às 15h, a Prefeitura de Salvador irá, enfim, apresentar uma proposta de reajuste aos servidores municipais. Se o percentual oferecido pelo prefeito agradar a categoria, a única pendência para os trabalhadores será a garantia da bolsa.

A bancada da situação tentará mais uma vez votar o projeto nesta quarta-feira (4), mas a oposição já adiantou que irá obstruir a apreciação em plenário. Se os governistas não tiverem “fôlego” para aguentar uma sessão invadindo a noite nesta quarta-feira (5), tudo indica que a votação fique mesmo para a próxima semana, mais precisamente na terça-feira (11), como foi adiantado pelo Bocão News


Nota originalmente postada às 18h do dia 4

Classificação Indicativa: Livre

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