A Câmara Municipal de Salvador (CMS) é constituída por 41 vereadores. Regimentalmente existem dois blocos parlamentares: situação e oposição. Teoricamente, a minoria é composta apenas por oito membros. Nesses termos, os demais 33 fazem parte da bancada aliada ao Thomé de Souza.
Mas, na prática, não é isso que acontece. Quem acompanha o dia a dia da Câmara percebe que existem vários grupos distintos que atuam de acordo com interesses próprios. Entretanto, as
mudanças promovidas pelo prefeito João Henrique provocaram uma série de consequências na base de sustentação no Poder Legislativo.
Na ponta do lápis - Após os movimentos vacilantes do chefe do Executivo, seis vereadores do PSDB, PSB, PPS e PSL se aliaram e estão dispostos a partir para a “guerra”. O novo bloco está bastante afinado com a oposição, que é formada por oito integrantes do PT e PCdoB. Além disso, o PMDB, que tem seis cadeiras na Casa, está prestes a decretar João Henrique como
persona non grata. O time ainda tem o reforço das vereadoras Tia Eron (DEM) e Léo Kret do Brasil (PR).
Portanto, uma conta simples mostra que pelo menos 22 vereadores tem razões de sobra para votar contra os interesses da prefeitura de Salvador.
Nesses termos, João Henrique não conseguiria aprovar na CMS as contas do exercício de 2009, que foram
rejeitadas por unanimidade pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Ele precisa de 2/3 dos votos, o que representa o apoio de 28 parlamentares.
De quebra, o prefeito também perdeu a maioria de aliados na Mesa Diretora da Câmara Municipal. O presidente Pedro Godinho (PMDB) e o 1º vice, Paulo Magalhães Júnior (PSC), são os mais próximo do Thomé de Souza. O 2º vice, Isnard Araujo (PR), e o 1º secretário, Carlos Muniz (PTN), são considerados “coringas”. Em compensação, os demais cinco componentes são adversários de JH. Ei-los: Paulo Câmara (PSDB), 3º vice-presidente, Moises Rocha, 2º secretário, Orlando Palhinha (PSB), 3º secretário, Alcindo da Anunciação (PSL), Corregedor, e Olívia Santana, Ouvidora.
