PP promete não pressionar por cargos

Publicado em 06/12/2012, às 11h27 Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)

Diferente de outros partidos da base aliada, as lideranças do PP na Bahia não pretendem tencionar a relação com o governador Jaques Wagner para ampliar os espaços na administração estadual. A afirmação é do presidente estadual da sigla, deputado federal Mário Negromonte.

Em conversa com a reportagem do Bocão News, o ex-ministro das Cidades ressaltou que é favorável a mudanças no secretariado, mas que isso deve ser feito a partir de uma análise madura do quadro geral. Para ele, o resultado da eleição foi positivo para todo o bloco e agora é preciso avaliar o que não está dando certo.

“Ninguém (da base) pode reclamar do que aconteceu na eleição. A base saiu fortalecida. O governo tem muitos acertos, mas tem erros também. Tem que reformular (o secretariado) e se o governador entender que o PP também deve entrar neste cenário estaremos prontos para concordar”.

O presidente da sigla defende um ponto de vista que pode gerar polêmica. Negromonte acredita que seria melhor para o governo deixar aqueles quadros que serão candidatos em 2014 fora da máquina pública. A posição é inversa à comumente praticada por gestores.

A tendência é trazer para a vitrine quem vai disputar o cargo eletivo, mas, na opinião do ex-ministro, isto pode ser um erro. “Acredito que o governo fica mais inteiro sem esta participação. Até porque quem vai disputar tende a atuar concentrado na eleição”. Para Negromonte, a medida ajudaria ainda na governabilidade.

Wagner se reúne com os prefeitos eleitos do PP no próximo 19 de dezembro.

Disputa

O PP é um dos partidos com maior número de pastas na gestão estadual. Comanda as secretarias de Agricultura, Portos e Desenvolvimento Regional, além da CAR, Detran, Adab e Bahia Pesca.

A legenda busca participação na chapa majoritária de 2014. “O partido teve este desempenho positivo, temos capilaridade para postular lugar na chapa. Não pensamos em sairmos do bloco. A ideia é estarmos na base aliada tendo como condutor o governador Jaques Wagner. É aquela coisa de ‘vale quanto pesa’”.

Recentemente o nome de Negromonte foi citado como um dos possíveis candidatos ao Senado. O ex-ministro não nega, mas acredita ser prematura discutir nomes. Tanto ele, quanto o deputado João Leão são quadros com histórico político que “cabem em qualquer construção de chapa”.

“O deputado João Leão tem suas pretensões. Eu fui ministro, tenho seis mandatos, como deputado. Temos uma folha grande de serviços prestados à Bahia.

O dirigente enaltece os quadros de outros partidos da base como Marcelo Nilo (PDT), Lídice da Mata (PSB) e Otto Alencar (PSD). “Além do próprio PT que tem diversos nomes que postulam lugar na chapa”.

JH

Quem não tem aparecido no partido é João Henrique. O prefeito de Salvador, como em outras vezes, se isolou e segue seu caminho sem consultar ou procurar os aliados de outrora.

“Não tem relação. Ele não procura o partido, não tem conversado, ele deve estar preocupado em concluir o mandato dele. Acompanhamos o que todos sabem. Que ele está pensando em fazer outras coisas como ser radialista e ser dono de um partido. Nós, PP, somos um partido democrático com porta de entrada e saída”.

Negromonte destaca que a movimentação de João Henrique é toda em direção à ACM Neto e ao grupo liderado pelo prefeito eleito de Salvador. “Não pensamos em expulsá-lo ou coisa que o valha. Estamos tranquilos, se ele quiser procurar o partido para conversar, nós vamos ouvi-lo”.

O presidente não diz, mas a saída de JH do PP é dada como certa. Tanto é que quando questionado sobre a esperança do prefeito de disputar o governo do estado em 2014, Negromonte prefere apontar a própria história e a do deputado João Leão como quadros mais densos e “viáveis” enquanto representantes dos progressistas.

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