Política

Chico, a merda e o ouro

Publicado em 24/12/2015, às 06h49   Alessandro Isabel



Devo respeitar a opção religiosa, sexual e política de cada cidadão, mas não o "cidadão" que abre a boca para chamar Chico Buarque de Holanda - e demais petistas - de merda. Não generalizo em nenhum ponto de vista, ou aspecto, pessoas que defendem suas convicções ideológicas, seja ela governista, oposicionista ou anarquista. Não generalizo grupos e blocos, nem militantes pró e contra o impeachment. Eu, apenas, opino.

Sem generalizar, membros esquerdistas tem se mostrado raivosos, intolerantes e perigosos. Perigosos no sentido literal da palavra: agressivos, ameaçadores. Sem generalizar, integrantes/simpatizantes da esquerda tem se perdido nos discursos e argumentos. Não tem construído base intelectual para sustentar um embate e tem perdido, além da razão, a compostura. Prova da afirmação, sem generalizar, está no discurso de um "jovem" - e seus amigos - que chama "senhores" de "merda".

Não vou estigmatizá-lo de playboy, coxinha ou reaça. Não tenho argumentos para julgá-lo pelo berço que nasceu, ou pelo bairro que cresceu, posso subentender que ele faça parte de uma elite inconformada com a derrota. E ser derrotado por preto, pobre da periferia deve doer, deve revoltar, e deve servir de combustível para justificar ofensas.

Ele tem todo o direito de defender os ideais políticos e sociais que ache conveniente. Afinal de contas, ele está em um país livre. Tem todo o direito de crucificar o PT e aliados, e quem mais ele ache por conveniência. Como um "cidadão" brasileiro ele tem todos os direitos constitucionais legais, o que não inclui jogar na merda petistas, pepistas, peemedebistas e demais "istas", que, por ironia, são brasileiros iguais a ele.

A derrota é dolorida e deve ser superada. O dom do convencimento vem, acima de tudo, com racionalidade e argumentos. O contra argumento, naturalmente, virá e nesse quesito o PT - e seus "merdas" - tem vencido e convencido. A afirmativa não vem de quem vos escreve e sim das urnas. Embora  a política econômica tenha se mostrado cruel com boa parte dos brasileiros, esse não é, e nunca foi, motivo para a retirada de um presidente do cargo. 2017 vem aí e a esquerda - sem generalizar - tem que torcer para a "merda" descer pelo ralo, ou transformar a "merda" em ouro. Lembrando que o voto de ouro e o voto de "merda" tem o mesmo valor na urna.

Classificação Indicativa: Livre

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