Organizadores da festa de Itapuã acusam Claudio Tinoco de calote

Publicado em 01/06/2012, às 09h00 Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)

Com 107 anos de tradição, a Festa de Itapuã é uma das mais tradicionais da cultura baiana. Neste ano, a força da comemoração centenária passou por cima até mesmo da greve da Polícia Militar e foi realizada com o mesmo brilho de sempre. Mas o que não foi visto nas ruas e causa desgaste até hoje é a queda de braço entre os organizadores do evento e o ex-presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Claudio Tinoco.

Em evento para ajustar os preparativos para a comemoração, o então presidente da Saltur prometeu um apoio financeiro no valor de R$ 25 mil para a Festa de Itapuã. O que foi prometido não foi cumprido. Na reunião, Tinoco garante a liberação de recursos e chega a acenar com a possibilidade de ampliar esse valor ao passar a responsabilidade pelo encaminhamento da proposta, encaminhada à autarquia pelo Afoxé Korin Nagô, ao então gerente de Eventos e atual presidente da entidade, Jonga Cunha. Nesse sentido, para os integrantes da Frente Comunitária e Parlamentar Mista em Defesa de Itapuã, trata-se de um "calote triplamente qualificado".

“A Saltur não pagou o recurso comprometido com os organizadores da Festa de Itapuã. Diante do fato e após encaminhar ofícios requerendo justificativas, mas sem obter respostas dos dirigentes do órgão, o entendimento dos integrantes da Frente Comunitária e Parlamentar Mista em Defesa de Itapuã, entidade representativa do bairro, é a de que tudo leva a crer que o fato decorreu de incompetência administrativa do ex-presidente do órgão, Claudio Tinoco, afirmou o representante da Frente Popular Raimundo dos Santos, popularmente conhecido como Bujão.

Ainda segundo o representante da Frente Popular, “o calote torna-se mais emblemático na medida em que a Saltur promoveu reunião com os organizadores do festejo, bastante representativa, tanto pela presença de organizações comunitárias de Itapuã e vereadores, quanto de equipe técnica da superintendência, conforme se constata na lista de presença em papel timbrado da instituição, na qual é ressaltada a festividade como motivo do encontro, todo ele filmado pela assessoria da representação do bairro (veja o vídeo).

Os representantes do bairro salientam que o evento em Itapuã, último antes do Carnaval, é o único do calendário de festas populares de Salvador que permanece sendo organizado e realizado pela própria comunidade e que muitos compromissos foram assumidos por causa do que foi prometido por Claudio Tinoco. “O que representa a Festa de Itapuã para a Saltur? E o que, de fato, tem feito a Saltur pelo turismo em Salvador?”, questiona Bujão.

Tinoco contesta

Para o ex-presidente da Saltur e pré-candidato a uma das vagas na Câmara Municipal de Salvador, a história não foi bem assim. Em contato com o Bocão News, Tinoco “coloca no colo” da falta de organização da festa o não pagamento do valor combinado. “Eles são desorganizados. Não tenho dúvidas de que se eles apresentassem uma entidade adimplente e todos os documentos fossem apresentados, os recursos seriam repassados. Eles não apresentaram os documentos. Se não foi repassado, não foi por falta de orçamento da Saltur nem por falta de compromisso”, justificou.

Questionado se, a essa altura do campeonato, ainda existiria alguma possibilidade dos organizadores da festa receberem o valor prometido, Tinoco não vê chances. “Acho extremamente difícil. Beira o impossível. Não vejo formas de se fazer isso. Após o evento, esse pagamento só poderia ser feito por indenização”, sentenciou.

Matéria postada às 18h34 do dia 31 de maio

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