Depois de um longo período sem aparecer no Congresso Nacional, o senador Demóstenes Teixeira (sem partido –GO) reapareceu na Casa para participar da reunião do Conselho de Ética que julga o processo de cassação do seu mandato.
O parlamentar chegou com diversos artigos do regimento interno do Senado e do conselho questionando a eleição do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) para a presidência do colegiado que vai julgar se as suspeitas de ligação entre ele o empresário Carlos Cachoeira procedem e se houve o quebra de decoro.
A reportagem da Folha de São Paulo apurou que intervenção de Demóstenes pode, na prática, anular a sessão do Conselho de Ética que instaurou processo para analisar se ele quebrou o decoro parlamentar.
O senador nega que esta tenha sido a intenção da visita, mas que estava ali para afirmar que vai apresentar a defesa em tempo hábil. Primeiro por escrito e depois vai presencialmente participar de uma reunião no conselho.
"Não obstante Vossa Excelência [Valadares] tenha todos os atributos intelectuais, morais, a sua história, tem o meu aplauso, mas é fato que as normas regimentais têm de ser cumpridas. Não há eleição de presidente interino. Todas as eleições nesta Casa são eleições para ou cumprir o mandato totalmente, ou para cumprir o mandato remanescente", afirmou à reportagem do impresso paulista.
Hoje, Valadares esclareceu que foi eleito diante da falta de acordo para a escolha do novo presidente. O líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), disse que vai apoiar a manutenção de Valadares no cargo.
Ao deixar a sessão Demóstenes disse apenas que está confiante de que vai provar a inocência.