Política

Zé Neto não vê reflexos da greve na eleição

Imagem Zé Neto não vê reflexos da greve na eleição
Para o deputado, os efeitos negativos serão contornados a tempo para não prejudicar petistas   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 28/02/2012, às 07h58   Redação Bocão News



O líder da bancada governista na Assembleia Legislativa, Zé Neto (PT), voltou a defender a postura de Jaques Wagner na condução dos problemas gerado com a greve de parte da Polícia Militar. Sem muitas novidades, o parlamentar ressaltou que a pauta de reivindicação dos militares sempre foi legítima, mas que as atitudes ilegais e ostensivas devem ser punidas.

De acordo com Zé Neto, o governo “nunca fechou as portas do dialogo com os PMs”. “Todo mundo perde com um movimento daquele. Eu continuo conversando com aqueles que estiveram no movimento, inclusive, no comando da greve. Nós não podemos, na Democracia, fechar o diálogo”, avaliou o petista no programa Se Liga Bocão da rádio Itapoan.

Questionado sobre a mudança de comportamento dos aliados do PT, que em 2001 apoiaram a greve e que agora rechaçaram, Zé Neto ponderou que à época não havia diálogo entre governo e movimento ou entre soldados e o comando. “Mudou. Nós estabelecemos uma relação de conversa. Nunca interrompemos as negociações”, afirma.

O líder da bancada, no entanto, fez duras criticas aos grevistas que pegaram em armas durante o movimento. “Poucos policiais fizeram algo, na Avenida Paralela, que não pode ser ignorado. Não avaliaram o que estava acontecendo lá fora. Se quer o direito assegurado tem que mudar. Se querem Direito de greve, tem de dizer qual o percentual de policiais que não podem entrar em greve”.

Seria algo como acontece em outros setores. A exemplo da Saúde e do Transporte Público que quando os trabalhadores decretam greve, um percentual mínimo do contingente deve permanecer cumprindo a jornada.

“Agora, de nossa parte (governo), há boa vontade. As contas estão abertas”. Zé Neto ressaltou que está organizando com o deputado Paulo Azi (DEM) para levar o secretário da Administração, Manuel Vitório, na Assembleia Legislativa para prestar os esclarecimentos e mostrar as contas. Os deputados querem que o chefe da pasta demonstre como será feito o pagamento e o porquê dos termos.

Zé Neto defendeu a postura do presidente da Assembleia, Marcelo Nilo (PDT), de conversar com manifestantes. De acordo com o petista, errados estão aqueles que apostaram e ainda apostam na falta de solução. Sobre os manifestantes, o feirense afirma que não foi procurado, mas que a oposição foi.

Privatizações

Questionado sobre as “privatizações” do governo petista e da opção por pedágios, o parlamentar buscou justificar as escolhas de seus aliados. No caso dos hospitais e empresas o que acontece, segundo Zé Neto, é um processo de “concessão”. “Com metas estabelecidas e que se não forem cumpridas, nós vamos lá tiramos das mãos de quem assumiu”.

O parlamentar defende que o processo é bem diferente do que era feito nos governos anteriores. No entanto, Zé Neto reconheceu que, às vezes, pode ser complicado cobrar o cumprimento dos contratos. Haja visto, o trabalho que vem tendo para fazer com que a Via Bahia, concessionária que explora o pedágio da BR-324, faça o determinado no contrato.

Ainda esta semana o deputado promete fazer nova visita à sede da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para cobrar uma solução. Neste caso, o prazo para que a concessionária construísse a duplicação da Avenida Contorno (em Feira de Santana), algo acordado para janeiro, mas ainda não realizado.

Cultura

O deputado colocou na conta das “pessoas de confiança” o equivoco no edital de um concurso da secretaria estadual de Cultura. O chefe da pasta, Albino Rubim, afirmou que o ex-superintendente de Desenvolvimento Territorial, Adalberto Santos, entrou na sala de reunião com um edital e – apressado – solicitou a assinatura. Esqueceu-se de avisar ao secretário que havia acrescentado um item ao edital padrão da Secult. Justamente o polêmico critério que pontuava os anos de militância política e sindical dos candidatos.

Zé Neto defendeu que este tipo de comportamento é comum. Segundo o líder da bancada governista, o dia-a-dia atribulado exige que os secretários, deputado e outros atores políticos confiem nos seus quadros e “não dá para ler tudo”. “O importante é que não houve má-fé. Mais que isso, houve um reconhecimento do erro e um acerto ao ter a humildade de reconhecer o equívoco e voltar atrás”.

Eleição

O deputado que é pré-candidato à prefeitura de Feira de Santana se recusou a falar de eleições. De acordo com ele, o jogo ainda não começou e, portanto, é cedo para discutir o tema. Neste sentido, descartou também a possibilidade de a greve da PM ter desestruturado a candidatura de Nelson Pelegrino, em Salvador. “Pegou, mas dá tempo de reverter. Pior vai ficar para quem disser que apoiou as atitudes equivocadas do movimento”

Fotos: Gilberto Júnior e Edson Ruiz // Bocão News

Matéria originalmente postada no dia 27/02/2012 às 19h14

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp