Política
Publicado em 15/05/2020, às 07h52 Redação BNews
O procurador-geral da República, Augusto Aras, defende que seja divulgado trechos da reunião ministerial ocorrida no último dia 22 em que o presidente Jair Bolsonaro afirma que irá interferir em órgãos de inteligência, como a Polícia Federal. Entre os trechos, Aras pede a publicidade da parte que o presidente afirma que faria mudanças no governo porque não iria esperar que sua família fosse prejudicada.
Por outro lado, Aras pede que a maior parte do vídeo continue em sigilo. A decisão agora fica sob a responsabilidade do ministro Celso de Mello, relator do inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal).
De acordo com informações da Folha de S.Paulo, na visão do procurador-geral, “a divulgação completa do conteúdo da reunião do Conselho de Ministros deturparia a natureza jurídica e o objeto do inquérito”. Aras alega que a gravação poderia ser usada com viés político e sustenta que esta não é a finalidade da apuração em curso no STF.
“A divulgação integral do conteúdo o converteria, de instrumento técnico e legal de busca da reconstrução histórica de fatos, em arsenal de uso político, pré-eleitoral (2022), de instabilidade pública e de proliferação de querelas e de pretexto para investigações genéricas sobre pessoas, falas, opiniões e modos de expressão totalmente diversas do objeto das investigações”, argumenta.
O vídeo é visto como fundamental para o inquérito que apura se o presidente da República tentou interferir no trabalho da PF, conforme acusação do ex-ministro Sério Moro.
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