Política

Sinuca de bico: Bolsonaristas baianos que votaram pelo veto do Orçamento Impositivo devem contrariar governo

Beto Barata/Agência Senado
Bnews - Divulgação Beto Barata/Agência Senado

Publicado em 09/03/2020, às 20h00   Luiz Felipe Fernandez



Mesmo depois de costurado o acordo entre o Congresso e Governo Federal, que culminou no projeto de lei que destina a parlamentares de R$ 15 bilhões a R$ 17 bi do Orçamento, deputados bolsonaristas têm se articulado para votar contra a matéria. 

Em contato com o BNews, o deputado federal Tito, do Avante, partido que na Bahia integra a base de Rui Costa (PT), afirmou que vai manter o seu posicionamento. Ele votou pela manutenção do veto 52/2019, que trata da impositividade para emendas do relator-geral do Orçamento no valor de R$ 30 bilhões, e agora disse que irá votar contra o texto advindo do acordo do governo Bolsonaro com o Congresso, que fez o valor cair para a metade. 

Natural de Barreiras, Tito é um dos nomes mais fortes da política do oeste baiano. O deputado teve a sua filiação articulada no Avante pelo Comandante Rangel (PSL), candidato derrotado ao senado em 2018, e ligado ao presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar defendeu a independência do Poder Executivo e se colocou "contrário" à concentração do orçamento nas mãos do relator.

"Uma convicção minha, foge da competência do Legislativo e fragiliza o Executivo [...] seria mais um mecanismo de trava em busca do equilíbrio fiscal. Não é razoável você concentrar R$ 15 bilhões nas mãos de um único relator", explica.

Vice-presidente da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado federal e pastor Abílio Santana (PL) é outro que deve votar contra a proposta enviada ao Legislativo na última semana. Ele votou pela manutenção do veto 52 e, mesmo sem ainda uma orientação oficial da sigla, a tendência é que vote contra a matéria. 

Já o deputado federal Elmar Nascimento, líder do DEM na Câmara, assegurou que a intenção é cumprir o que foi acordado pelo Congresso com o presidente Jair Bolsonaro, mas relativizou os bolsonaristas que se unem para votar contra o texto. "Cada um tem o direito e a liberdade de votar como quiser".

Sobre os atos marcados para o dia 15, inicialmente compartilhado por Bolsonaro e outros membros do governo, com vídeos que sugeriam, inclusive, o fechamento do Congresso, o deputado federal Tito (Avante) defendeu o amplo direito de manifestação popular. Contudo, declarou que determinadas pautas reivindicadas, como o ataque aos poderes Legislativo e Judiciário, além da volta da Ditadura Militar, devem ser repudiadas.

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