Política

Veja as 10 maiores "tretas" da Câmara de Salvador em 2019

BNews
BNews relembra as maiores confusões dos vereadores da capital baiana ao longo do ano  |   Bnews - Divulgação BNews

Publicado em 26/12/2019, às 16h09   Henrique Brinco



A Câmara Municipal de Salvador sem dúvidas foi o centro das atenções da cena política em 2019 na Bahia. O presidente da Casa, Geraldo Júnior (SD), tomou posse em janeiro e imprimiu uma gestão de independência e empoderamento entre os edis - peitando, inclusive, o prefeito (e aliado) ACM Neto (DEM) em diversas ocasiões. Com isso, a Casa virou palco de debates históricos. O BNews acompanhou tudo de perto efez um levantamento sobre as maiores "tretas" registradas ao longo do ano. Veja:

1 - A convocação de Pimentel
Uma das primeiras demonstrações de força de Geraldo foi a convocação  do secretário municipal de Trabalho, Esportes e Lazer, Alberto Pimentel, para prestar esclarecimentos sobre a indicação do policial militar Jorge Bruno Guimarães de Souza, no cargo de diretor do Trabalho - mesmo sem nomeação oficial. O caso aconteceu em fevereiro. O agente foi acusado de violência contra mulher, conforme denúncia publicada com exclusividade pelo BNews. Oposicionistas e aliados do prefeito protestaram contra a decisão de Pimentel e cobraram respostas. O gestor foi indicação da esposa, a presidente estadual do PSL, deputada federal Dayane Pimentel. 

2 - O "imperador" da CMS
No dia 4 de setembro, o líder do governo, vereador Paulo Magalhães Jr (PV), chamou o presidente da Casa, Geraldo Júnior (SD), de "monarca" e "imperador", após suspender a votação de alguns vetos da prefeitura de Salvador. Como resposta, Geraldo pediu que o líder do governo tenha "decência e equilíbrio". "Em vez de tá jogando pra torcida, o senhor devia tá na sala da Presidência pra discutir o assunto", disse.

3 - Se retire!
Em 6 de agosto, Geraldo expulsou o procurador do município de Salvador, Francisco Bertino, da audiência pública que discutiu a isenção do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) para empresas de ônibus. Francisco reclamou que os vereadores estavam atribuindo a ele falas fora do contexto. Geraldo interrompeu e rebateu: "Doutor Francisco, se o senhor me permite, os vereadores já entenderam isso", declarou. O procurador continuou argumentando e Geraldo mandou cortar o microfone. "Quem conduz aqui é o presidente desta Casa. Eu fiz uma interferência. Se vossa excelência não admite um contraponto, se retire", bradou. O procurador deixou a sala. 

4 - Vá para cima, meu filho!
Um áudio da vereadora Lorena Brandão (PSC) aos líderes dos motoristas de aplicativos caiu como uma bomba na Câmara Municipal de Salvador, pouco antes da votação da regulamentação da categoria. No arquivo, a edil avisa a categoria que o líder de governo, Paulo Magalhães Júnior, estava articulando nos bastidores a votação dos vetos ao projeto 258 com a categoria desmobilizada. "Eles vão votar amanhã. Vá para cima, meu filho", disparou a edil para Átila do Congo, líder do Simactter-Ba Sindicato. Lorena estava fora do Brasil e, no áudio, explicou que ficaria incomunicável ao entrar no avião. O vazamento da mensagem foi repudiado pelos vereadores da Casa, que haviam acordado horas antes colocar o projeto em votação sem alarde.

5 - Briga de bolsonaristas
O vereador Alexandre Aleluia (DEM) anunciou a entrada de uma ação criminal contra o líder do MBL Bahia, Siqueira Costa Júnior. O ativista era lotado no gabinete do vereador soteropolitano Cézar Leite (PSDB). "Siqueira do MBL gravou um vídeo hoje no Instagram me chamando de moleque de ACM Neto, de vagabundo e etc... Tanto o regimento e o Código de Ética da Câmara são claros em mostrar qual deve ser a conduta dos vereadores e simetricamente dos assessores. E uma coisa que o Código de Ética fala é que o vereador não pode negligenciar a condução do seu mandato", declarou Aleluia. Siqueira acabou sendo exonerado do gabinete do tucano e continua brigando na Justiça contra o vereador. Recentemente, Cezar e Aleluia se tornaram "amiguinhos" e estão até trabalhando juntos para a implantação do partido Aliançla Pelo Brasil na Bahia. Já Siqueira continua no comando do MBL Bahia e trabalha para ser candidato a vereador em 2020.

6 - Bolsonarista vaiada
Cátia Rodrigues (PHS) causou polêmica ao declarar apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) no dia 22 de março, durante a sessão regimental em homenagem ao Dia da Mulher na Câmara Municipal de Salvador.  O evento contou com a presença de diversas parlamentares e ativistas de esquerda. A vereadora evangélica pediu a palavra e afirmou que gostaria de registrar que é a favor de Bolsonaro, contrariando o pensamento da maioria das convidadas. Ela recebeu vaias e uma pequena confusão se instalou no Plenário. A presidente da sessão, Ireuda Silva (PRB), foi a responsável por colocar "panos quentes" e encerrar o bafáfá. 

7 - Ebó Coletivo
A vereadora Marcelle Moraes (Sem Partido) decidiu judicializar a participação de assessores de vereadores de Salvador que participaram de um "Ebó Coletivo", no dia 15 de abril. A edil foi acusada de intolerância religiosa ao pedir um minuto de silêncio pela morte de um hipopótamo fêmea no mesmo momento do minuto de silêncio feito a Makota Valdina.

8 - Rivais pra cachorro
A vereadora Marcelle Moraes (sem partido) também protocolou um ofício para exclusão da rival Ana Rita Tavares (PMB) da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara de Salvador. As duas não se bicam e disputam o voto da causa animal. A medida de Marcelle foi tomada após uma assessora de Ana Rita ter acusado a edil de agressão física. “Não podemos permitir que haja essa contradição dentro da nossa comissão. A conduta da vereadora Ana Rita tem que ser repudiada e medidas cabíveis devem ser tomadas com a expulsão da mesma da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher”, disse a edil. Ana Rita negou as acusações.

9 - Cala boca, Magda!
A vereadora Aladilce Souza (PCdoB) atacou o prefeito ACM Neto (DEM), no Twitter, e foi rebatida pelo vereador governista Teo Senna (PHS), em outubro. "Aladilce muitas vezes lembra a personagem Magda, do antigo programa humorístico 'Sai de Baixo'", alfinetou. A comunista pegou ar e anunciou que iria ao Conselho de Ética contra o vereador.

10 - Baixaria do zap
A maior briga do ano aconteceu nas redes sociais. O clima esquentou no grupo de WhatsApp que reúne os 43 vereadores da Câmara Municipal de Salvador no último dia 4 de novembro. Duda Sanches (DEM) e Henrique Carballal (PV) trocaram farpas e ameaçaram sair na mão após o segundo acusar o primeiro de invadir o seu reduto eleitoral. "Quero agradecer ao vereador mau caráter que patrocinou o campeonato em Jardim Nova Esperança, ele tenta invadir áreas consolidadas de colegas, tira fotos dando troféu e medalhas mas o povo sabe quem está ao seu lado", acusou Carballal, postando uma série de fotos em ações na região, mas sem citar Duda. "Mas vou lhe encontrar e você vai aprender a respeitar colegas. Essa lição eu vou lhe dar. Ontem estava no interior, mas não vai faltar oportunidade". A briga física, no entanto, nunca aconteceu.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp