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Radicalismo de Bolsonaro tem benefícios, diz presidente do conselho da Renner

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José Galló afirma que presidente acerta ao deixar Congresso legislar e vê menos excesso de enfrentamento   |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 30/10/2019, às 06h29   Filipe Oliveira, Painel SA, Folha



O executivo José Galló, presidente do conselho de administração da Renner, diz ver características positivas na maneira de presidir o Brasil de Jair Bolsonaro (PSL), mesmo com seu radicalismo.

Segundo Galló, Bolsonaro vai bem quando tenta instalar um novo meio de fazer política no qual há liberdade para o Congresso legislar.

"Ele deixou o 'toma lá, dá cá' e isso permitiu que tivéssemos aprovações importantes, como a reforma da Previdência, e discutimos a administrativa e a tributária."

Galló também elogia a postura do presidente de admitir que não entende de economia e montar uma equipe bem qualificada para tratar da área.

Por outro lado, o executivo pondera que há excessos nas ações do presidente, como no caso em que publicou vídeo no qual se comparava a um leão acossado por hienas —em referência ao Supremo Tribunal Federal e ao seu partido, o PSL.

"Esses excessos [de Bolsonaro] é que preocupam. Mas acho que a intensidade está diminuindo e, talvez, uma parcela não seja do próprio presidente, e sim de parte de seu grupo que não avalia consequências

Ele diz que as últimas viagens oficiais do presidente demonstram o ganho de pragmatismo.

o mandato começou com fortes críticas à China e indisposição com países muçulmanos peO projeto de embaixada em Jerusalém. Mas a postura mudou e o presidente esteve no Oriente Médio em busca de investimentos para o Brasil.

Galló, que deixou a presidência-executiva da Renner neste ano, diz que o crescimento mais forte do Brasil vem a partir do ano que vem.

Agora, afirma, o país está em meio a uma grande transformação após deixar o tripé macroeconômico do governo da ex-presidente Dilma Rousseff que, nas palavras do executivo, levou o país com um nível de endividamento brutal.

Questionado sobre o crescimento do PIB ainda baixo em 2019, na casa do 1%, o executivo diz que o resultado fraco é, em grande medida, reflexo da diminuição da participação do governo na economia, que inflaria artificialmente seu resultado. "Se formos calcular o crescimento PIB olhando a participação do setor privado, ele provavelmente seria maior."

Para Galló, a formação das bases para a recuperação econômica, ainda que lenta, começou já no governo de Michel Temer (MDB), com mudanças como a reforma trabalhista e a PEC do teto de gastos.

Em sua avaliação, as mudanças na estrutura econômica brasileira são possíveis agora porque o país chegou a uma situação insustentável. "Agora está claro para todo mundo que o tamanho do estado brasileiro é absolutamente insuportável."

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