Política

Operação "E o vento levou" investiga desvio de dinheiro ligado ao PT da Bahia e de Minas, diz delegado

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“Transformado o dinheiro em espécie, este dinheiro passa a ser distribuído a várias pessoas"  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Twitter

Publicado em 25/07/2019, às 13h19   Redação BNews



O delegado Vitor Hugo informou na manhã desta quinta-feira (25) que a Polícia Federal apura o desvio de R$ 40 milhões da Cemig, em Minas Gerais. 

“Ela foi um aporte de dinheiro de mais de R$ 800 milhões na empresa Renova Energia e, logo em seguida a este aporte, a Renova que não tinha dinheiro em caixa. Transfere R$ 40 milhões que tinham sido adiantados a Casa dos Ventos e este dinheiro passa a ser escoado a diversas empresas, para posteriormente, ser transformado em dinheiro em espécie. No esquema de lavagem de dinheiro que contou com um escritório de advocacia aqui em São Paulo”, disse em entrevista coletiva.

“Transformado o dinheiro em espécie, este dinheiro passa a ser distribuído a várias pessoas. A primeira fase da operação focou na engrenagem do desvio de dinheiro, da lavagem do dinheiro e da distribuição de parte do dinheiro em espécie a pessoas ligadas ao PSDB em Minas Gerais. Hoje, estão sendo deflagradas mais duas fases. Foco basicamente no escoamento do restante do dinheiro. Além do dinheiro que tinha sido distribuído, também foi distribuído dinheiro ligado ao PT de Minas e ao PT da Bahia”, acrescentou.

Segundo Paulo Bertinassi, auditor fiscal da Receita Federal, o dinheiro passou por diversas camadas. “Já identificamos cinco camadas”, disse. Controlavam diretamente dezenas empresas. De 2013 a 2018 movimentaram R$ 3 bilhões, controlavam direta ou indiretamente dezenas de empresas. Mais de 20 empresas. Muitos sócios destas empresas tinham profissões incompatíveis com a movimentação da empresa. Ex: cuidador de idosos, diaristas, limpadores de vidro, etc”, disse.

De acordo com o auditor, empresas laranjas foram constituídas em nomes de interpostas e simulavam contratos. “Desde a prestação de serviços advocatícios fictícios, venda de mercadorias fictícias, vendas de CDs - porque um dos sócios atuava na parte artística, dinheiro entrava controlado pelos operadores e era depositados em contas indicados pelos doleiros”, informou. E o dinheiro retornava já com o desconto da comissão do doleiro. Ligados a políticos em Minas e em Bahia”, prosseguiu. 

“Já autuamos estas empresas em torno de R$ 270 milhões. Potencial em infração tributária em torno de R$ 1 bilhão”, acrescentou. 

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