Política
Publicado em 03/03/2019, às 08h53 Folhapress
Após passar o último longe do Rio de Janeiro, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) decidiu acompanhar os festejos na cidade.
"Tenho que ficar, senão o povo briga", disse ele, que foi para o exterior no ano passado.
Bispo licenciado da Igreja Universal, Crivella, 61, não esconde o desconforto que o impede de participar dos desfiles de escola de samba e da entrega simbólica da chave da cidade ao Rei Momo na sexta-feira antes do feriado. A denominação religiosa do prefeito condena a festa.
"As pessoas precisam entender uma coisa. Quem é o Crivella? É um homem evangélico cuja origem é essa. [...] Eu não governo como se estivesse governando para os evangélicos. Agora, tenho minhas convicções da minha consciência e coração", afirmou o prefeito. Ele responde ação civil pública sob acusação de privilegiar evangélicos em políticas públicas, o que ele nega.
Crivella afirma ainda que seu comportamento discreto durante a festa é o atual desejo da população.
"O Rio de Janeiro é o epicentro de corrupção e violência. Só vamos vencer essa crise com mudanças de costumes. Não cabe mais aos líderes políticos uma dimensão carnavalesca do cargo público", disse à Folha.
Entusiasta do primeiro bimestre do governo Jair Bolsonaro, o prefeito afirma que o caso de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e dos laranjas do PSL só "reforça a figura do mito".
"O presidente é claro em dizer que tudo isso tem que ser investigado e esclarecido", afirmou em seu gabinete.
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