Política

Secretário e líder do governo na AL-BA negam crise no Planserv e criticam posicionamento do Sindimed

Vagner Souza // BNews
Durante posse do secretariado do governo, o secretário estadual da Administração, Edelvino Góes, se pronunciou sobre o caso   |   Bnews - Divulgação Vagner Souza // BNews

Publicado em 07/02/2019, às 17h11   Tamirys Machado



O Sindicato dos Médicos da Estado da Bahia (Sindimed-BA) anunciou nesta quarta-feira (6) que foram paralisados os atendimentos de médicos ao serviço do Plano de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos da Bahia (Planserv), com exceção aos casos de urgência e emergência.  De acordo com o Sindimed, as discussões com os representantes do Planserv acontecem desde dezembro de 2018, mas não houve avanço. Segundo a categoria, os valores pagos pelo plano não são reajustados desde 2015. No último dia 7 de janeiro, os anestesistas que prestavam serviço ao Planserv iniciaram uma paralisação, que agora foi aderida por todos os médicos. Diante do imbróglio, a oposição ao governador Rui Costa (PT) se manifestou e fez diversas críticas.
Durante posse do secretariado do governo, o secretário estadual da Administração, Edelvino Góes, se pronunciou sobre o caso e disse que o Planserv está em pleno funcionamento: "tem essa questão dos anestesistas, mas a gente tem a rede toda contratualizada com os hospitais com a previsão desse serviço, estamos acionando os contratos para que o atendimento seja normal em relação ao serviço de anestesiologia. E agora recentemente teve esse comunicado do Sindimed, mas nossa relação contratual é com os prestadores - hospitais, laboratórios e clínicas. Não temos relação contratual com pessoas físicas ou profissionais liberais. O que estamos fazendo é um monitoramento da rede. Por enquanto a assistência está totalmente regular. Estamos monitorando toda a rede prestadora e oriento aos beneficiários que não paguem em nenhuma hipótese valor adicional ao plano, e entre em contato com o Planserv em qualquer situação para que a gente assegure assistência".
Sobre a justificativa dos médicos acerca dos valores pagos, que seriam abaixo do mercado, o secretário destacou que "os honorários médicos compõem os pacotes dos serviços. Esses pacotes são estudados tecnicamente. A gente verifica o preço do serviço em relação ao mercado; o valor em relação a outros planos estaduais. E qualquer alteração de valor de honorário tem que ser baseado em estudo técnico e que viabilize a sustentabilidade do plano". Questionado sobre uma possível perseguição polícia, Edelvino afirmou: "o que causa estranheza é um processo tão abrupto causando instabilidade na rede. A relação do Planserv é com os prestadores, então qualquer discussão será feita com os prestadores".
Por fim, o secretário reiterou que não existe crise no plano: "só para vocês terem uma ideia, realizamos em janeiro 190 mil atendimento de beneficiários do plano, 148 mil consultas, 330 partos e 10.100 intervenções cirúrgicas. Todos os valores são valores das médicas de atendimentos do Planserv. Então, eu quero tranquilizar os beneficiários. O Plano é forte, consolidado e os números indicam isso".
Também presente no evento, Rosemberg Pinto, líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia, falou que as medidas anunciadas por Rui Costa no final de 2018 "não têm a ver com o que está acontecendo no Planserv": "os médicos reivindicam legitimamente melhorias nas condições de trabalho, mas têm alguns impeditivos. Primeiro, a contratualização do Planserv é feita com as entidades e não com os médicos. O governo está aberto a debater, mas essa não é uma questão de médio prazo, até porque você teria que discutir com cada uma das instituições e com os médicos. Então, a gente não pode ter um plano fracionado. A outra questão diz respeito a valores pagos. Estamos na média se comparar com estados como São Paulo e Minas Gerais. Eles reivindicam alguns ajustes economicos que o governo não tem como fazer. Se nós estivéssemos muito abaixo do mercado, eu diria que é justo. Mas não estamos praticando nada abaixo do mercado". Rosemberg disse que o Planserv "está bem" e relatou achar natural as manifestações da oposição.

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