Política

Oposição diz que Rui age de forma “ditatorial” por possuir bancada do “amém”, mas não calará a voz da minoria

Arquivo/ Ascom Oposição
Atualmente, o governador conta com um total de 42 deputados integrando seu bloco na AL-BA, enquanto na ala dos oposicionistas esse número é de apenas 21  |   Bnews - Divulgação Arquivo/ Ascom Oposição

Publicado em 04/12/2018, às 09h41   Fernanda Chagas



A bancada da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), após o governador Rui Costa (PT) enfatizar não querer discutir com o grupo e afirmar que pede apenas que não atrapalhem a Bahia e o deixem trabalhar, disparou que a declaração do dirigente petista comprova  que ele age de forma “ditatorial” por possuir bancada do “amém”, mas não calará a voz da minoria . 

Atualmente, o governador conta com um total de 42 deputados integrando seu bloco na AL-BA, enquanto na ala dos oposicionistas esse número é de apenas 21. Para se aprovar um projeto no parlamento é necessário o mínimo 32 votos favoráveis. 

Para o líder da oposição, deputado Luciano Ribeiro (DEM), com essa postura Rui está deixando as suas “falsas faces”, tanto de gestor quanto de democrata, caírem e apenas comprovando que ele sempre age de forma ditatorial. 

“Primeiro tinha dito que não aceitava que candidatos da sua base à presidência compusesse com a oposição, agora diz que não precisa da oposição, que não quer discutir com a oposição. Isso é lamentável, uma característica clara de um ditador, que ignora o papel do Parlamento em si, que é o de fiscalizar, debater”, criticou, assegurando, entretanto, que a oposição não vai se calar. 

Conforme Ribeiro, Rui age dessa maneira, “primeiro por arrogância e depois por insegurança, por saber que foi desmascarado pela má gestão”.  

Porém, a grande influência, segundo o líder, seria ter a certeza de possuir a maior bancada na Casa, classificada hoje como bancada do “amém”.

“Que nunca contraria suas vontades, aprova todos os projetos enviados por ele, inclusive, sem debate. Se não fosse nossa pressão tudo passaria de forma imediata. E a nossa meta, embora em minoria, é tentar remover isso e continuar fiscalizando. Ao menos, para que ele enxergue que precisa ter postura de respeito, exercer a democracia”, disparou. 

Facilidade em aprovar projetos - Reforçando a tese de Ribeiro, o deputado estadual Alan Sanches (DEM) explica a facilidade do governador, que para ele, seria responsável, pelo que classifica como “total desrespeito ao grupo”. 

“Hoje para se aprovar um projeto é necessário no mínimo 32 votos favoráveis e eles tem 42 deputados na bancada, onde a obrigação é apenas comparecer, dar quórum e votar, não fazer corpo mole. Ou seja, a maioria diz sempre amém e isso se torna grave em meio à projetos tão polêmicos, com propostas de reforma política e econômica na pauta, criando novas taxas, elevando alíquota, que pode sacrificar não apenas servidores”, alertou. 

"Não sou contra a maioria, mas sim ao método utilizado de sempre dizer amém, de não haver debate. Até porque, é preciso se mostrar claramente o porquê de medidas tão amargas”, conclamou, reafirmando que a oposição não irá se curvar. “Vivemos em um estado democrático, onde ele foi eleito governador e não imperador”, ironizou.  

Classificação Indicativa: Livre

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