Política

Delator relata pressão de Moreira Franco e Eduardo Paes para Caixa financiar obras do Porto Maravilha

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Ex-superintendente diz que banco mudou regras para liberar dinheiro para três empreiteiras  |   Bnews - Divulgação Reprodução/TV Globo

Publicado em 22/05/2018, às 17h29   Redação BNews



O ex-superintendente de Fundos de Investimentos Especiais da Caixa Econômica Federal Roberto Carlos Madoglio relatou em delação premiada como o banco mudou regras para financiar as obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, e como a liberação do dinheiro para três empreiteiras teria sido motivada por pressões de políticos.

No acordo de colaboração, Madoglio mencionou Eduardo Paes, Moreira Franco, atual ministro de Minas e Energia e à época vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa, e Eduardo Paes, à época prefeito do Rio. As informações são da jornalista Camila Bomfim, da TV Globo, e reproduzidas pelo site G1.

Segundo a publicação, Madoglio fechou delação premiada na Operação Sépsis, que investiga desvios no FI-FGTS, fundo de investimentos administrado pela Caixa. O acordo foi homologado em janeiro, pelo juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília.

Ele deu depoimentos por escrito e registrados em vídeo. A TV Globo teve acesso à íntegra do material. O ex-superintendente da Caixa foi ouvido em novembro do ano passado, e o conteúdo da delação permanecia sob sigilo.

Ele contou nos depoimentos que, pelas regras vigentes até então, o FI-FGTS inicialmente não poderia investir no Porto Maravilha, área portuária revitalizada que se tornou um dos principais pontos turísticos do Rio.

Segundo Madoglio, em 2010, uma regra foi modificada para permitir investimento em obras urbanas consorciadas .

A resolução foi publicada , segundo o delator, pelo então ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que também era presidente do Conselho Curador do FI-FGTS.

De acordo com o delator, a partir daí, começaram as reuniões para pressionar pela liberação do dinheiro. O consórcio das obras era formado pelas construtoras OAS, Odebrecht e Carioca Engenharia.

Segundo o depoimento de Madoglio, “havia várias formas de pressão para que essa operação se realizasse”.

Ele relatou que a reunião mais importante sobre isso ocorreu na Prefeitura do Rio, na qual estavam presentes Eduardo Paes, Moreira Franco e representantes do banco e das empresas do consórcio construtor.

Procuradas, as assessorias de Paes, Moreira Franco e da Caixa Econômica não responderam à TV Globo até a última atualização da reportagem.

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