Política

Estratégia do “chapão” expõe insatisfação na base de Neto

Vagner Souza/BNews
Siglas como PHS, PPS e PTC rechaçam estratégia para reeleger deputados estaduais e federais nas eleições proporcionais   |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 02/05/2018, às 17h00   Alexandre Santos


FacebookTwitterWhatsApp

Partidos 'nanicos' que compõem a base aliada do prefeito ACM Neto (DEM) rechaçam a ideia de aderir ao chamado “chapão”, tática defendida pelo Thomé de Souza para aumentar as chances de reeleger deputados estaduais e federais na coligação proporcional.

Entre os representantes das legendas que já se rebelaram contra a estratégia, o presidente do PHS na Bahia, Júnior Muniz, promete uma debandada de vereadores da sigla para o bloco de sustentação do governador Rui Costa (PT) caso a proposta seja levada adiante. “Eu sou contra. Só saio sozinho ou na chapinha. A gente vai analisar inclusive a coligação com Zé Ronaldo [pré-candidato democrata do governo da Bahia]. Não devo nada a Neto nem a Bruno”, declarou o dirigente em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia. Dizendo-se “pressionado”, Muniz entregou o cargo de assessor no gabinete do vice-prefeito.

Ao BNews, o presidente estadual do PPS, Joceval Rodrigues, afirmou que a exigência do “chapão” é uma pressão de meia dúzia de parlamentares “preguiçosos”, segundo ele, preocupados em perder os seus mandatos.

“Já chegou ao meu conhecimento que os deputados estariam pressionando para que não haja a chapinha. Eles estão incomodados porque nós montamos uma chapinha que pode eleger dois [deputados] estaduais e um federal. Acham que isso pode tirar as vagas deles. Os caras têm que sair um pouquinho da comodidade, deixar de atrapalhar o projeto dos outros e cuidar do deles. Pelo menos o PPS não vai para o chapão”, afirma Joceval, que nega ter recebido pressão do prefeito, a quem, por ora, se mantém fiel.

Presidente do PTC baiano, Rivailton Veloso afirma que, embora não tenham interesse em romper com Neto, as “legendas emergentes” querem  oportunidade de escolha de modo a não servirem de "escada para partido grande”. “É só isso. Não temos problema nenhum de estarmos coligados a quem quer que seja. Mas queremos estar livres para fazer as alianças que nós quisermos”, salienta.

Pré-candidato a deputado federal e presidente do SD-BA, Luciano Araújo diz que o partido tem “independência para marchar com quem quiser” e, por isso, não admitirá ameaças para entrar no “chapão”.

“A nossa tendência é marchar com Zé Ronaldo. Agora, eu não admito esse tipo de pressão de chapão. Os partidos menores e nós, do SD, estamos decididos. Temos 30 pré-candidatos. Se formos para o chapão, todos os 30 desistirão das candidaturas. Então, a gente vai realmente marchar com a chapinha. Essa é uma eleição diferenciada daquelas em que os partidos faziam escada para eleger os deputados figurões. Nessa eleição não vai ter escada. Cada deputado que quiser se reeleger vai correr atrás de voto”, prega Araújo. 

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp