Política

Câmara “assina o cheque” e garante R$ 75 mi de empréstimo da prefeitura com a Caixa

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Tomada do empréstimo foi aprovada nesta terça-feira (14)  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 14/11/2017, às 18h57   Victor Pinto



Há um ditado popular que diz: “de grão em grão a galinha enche o papo”. É nessa mesma lógica que a prefeitura de Salvador tem engordado seus cofres municipais numa disparada de tomada de empréstimos com bancos mundiais e nacionais. Nesta terça-feira (14), como sempre ocorre, a bancada da situação preponderou sob os argumentos dos oposicionistas e “assinou embaixo” na tomada do montante de R$ 75 milhões do Executivo com a Caixa Econômica Federal. Foram 29 votos favoráveis e nove contrários.

Desse projeto, de acordo com o texto aprovado, do total, R$ 63 milhões são destinados às obras do hospital municipal e R$ 12 milhões para requalificação do Centro Histórico, abrangendo o Terreiro de Jesus, Praça Marechal Deodoro e Rua Miguel Calmon.

Essa foi à primeira das duas proposições em tramitação na Casa. O outro projeto em tramitação pede a autorização para contrair um empréstimo de U$ 60,7 milhões. Os recursos devem vir do Banco de Desenvolvimento da América Latina e serão aplicados no Programa de Requalificação de Salvador, o Proquali. Essa apreciação deve ser realizada no dia 22.

Quando o segundo empréstimo for aprovado, a prefeitura terá acumulado, na era ACM, aproximadamente R$ 2,2 bilhões de dinheiro emprestado. Outras cifras já foram tomadas desde 2013.

O discurso foi o mesmo dos últimos meses: de um lado a oposição com as reclamações do endividamento que o prefeito deixará nos cofres, pois as futuras gestões arcaram com o empréstimo e do outro da situação que alega ter o prefeito feito o “dever de casa”, arrumado as finanças municipais e, pela Lei de Responsabilidade Fiscal, possuir margem para se endividar.

PREFEITO - O fato de tantos empréstimos chamou atenção de muitos, pois até pouco tempo o prefeito ACM Neto se vangloriava em ter R$ 1,5 bilhão em caixa. Indagado pelo BNews, o discurso mudou e agora se está com a caneca na mão para investimentos.

“O fato de a prefeitura ter dinheiro em caixa não significa que esse dinheiro será destinado apenas para investimento. O dinheiro que temos em caixa é para pagar pessoal, 13º no final do ano, o custeio da prefeitura. Temos hoje o 3º melhor índice de gestão fiscal do país, e seremos a primeira. Salvador tem capacidade de endividamento e pagamento. Nossa capacidade é de mais de R$ 6 bilhões. O recurso do empréstimo é um recurso livre”, disse.

Classificação Indicativa: Livre

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