Política

Assembleia discute ação integrada entre governo e bancos para frear violência

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Deputados promoveram uma audiência pública com representantes dos segmentos para propor soluções  |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews

Publicado em 01/11/2017, às 14h19   Redação BNews



A comissão de Diretos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa discutiu na última terça-feira (31) as medidas necessárias para frear o quantitativo de ocorrências relacionadas a assaltos e explosões de agências bancárias e caixas eletrônicos. 

Até o final de outubro deste ano foram 67 ocorrências, conforme o presidente do sindicato dos bancários, Augusto Vasconcelos. Os dados não batem com o da secretaria de Segurança Pública e tampouco com os da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A entidade que representa os bancos registrou apenas um assalto a agência bancária até junho deste ano. A SSP apresentou como número oficial o registro de 73 ocorrências até 30 setembro. No mesmo período do ano anterior foram 77.

A falta de diálogo entre os agentes do segmento é um dos fatores apontados pelo deputado estadual, Adolfo Viana (PSDB), para que o problema continue afligindo os cidadãos baianos. “Os números são assustadores com relação a assaltos a bancos. Já ultrapassamos 60 ocorrências aqui no estado da Bahia e quem sofre mais com isso é justamente a população do interior do estado que fica sem ter os seus bancos funcionando”.

Outro dado que chamou a atenção dos participantes da audiência pública foi o percentual de investimento em segurança feito pelos bancos. Do total, apenas 6,5% são destinados a agências bancárias, o restante 93,5% é direcionado para segurança em transações eletrônicas. 

“A proporção chama a atenção, mas nós não podemos perder de vista que a população está sendo muito prejudicada. O governo precisa investir mais nas nossas polícias. A Bahia tem se tornado um dos estados mais violentos e o governo não tem investido recursos como deveria. Mas, insisto, não é uma ação específica que vai terminar de uma vez por todas com este tipo de violência”, ressalta Viana. 

O presidente da comissão, Marcelino Galo (PT), afirmou que o governo tem feito os investimentos e reiterou a necessidade dos bancos investirem mais. “O Estado da Bahia tem feito um esforço muito grande, que resultou na diminuição em 59% nos casos de ataques a bancos no primeiro semestre. Mas uma andorinha só não faz verão. É preciso que os bancos, que lucram muito, garantam investimentos em tecnologias para inviabilizar as ações dos bandidos”, disse o parlamentar.

O petista destacou que o modo de atuar dos criminosos é o mesmo aplicado em outros estados brasileiros. “Isso prova que é preciso uma ação articulada das forças de segurança pública no combate ao crime organizado, que envolva também a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Federal, que sofrem o desmonte imposto pelo governo com o corte de 45% e 44%, respectivamente, nos seus orçamentos. Com a fiscalização fragilizada nas estradas federais, o crime organizado ganha força”, lembrou.

Proponente da audiência, Viana reitera que é preciso que as policias rodoviária federal, federal, civil e militar, além dos representantes dos bancos atuem de forma integrada. “O objetivo é justamente vermos quais ações integradas podemos executar no estado e de que maneira os bancos podem ajudar a polícia. A gente precisa combater este crime que se tornou muito frequente no nosso estado”.

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