Política

Mês de luta para a comunidade LGBT

Publicado em 31/05/2013, às 06h47   Marcelino Galo*



O mês de maio foi um período de grandes atividades da comunidade LGBT na Bahia e no Brasil. O 17 de maio, por exemplo, é a data que saudou o Dia Mundial de Luta contra a Homofobia, escolhida para lembrar da exclusão da homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 17 de maio de 1990. Em todo o mundo esse período foi lembrado como uma data de luta. Na Bahia, o Fórum Baiano LGBT, em conjunto com a Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, realizam ações no chamado “Maio da Diversidade LGBT”, cujo lançamento tive o prazer de participar no dia 30 de abril, e que conta com mais de 60 atividades em todo o estado.

Esta é uma luta de extrema importância para a comunidade LGBT. Somente no ano de 2012 foram assassinados 338 LGBTs no Brasil, segundo dados divulgados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). É uma estatística alarmante, tendo os números aumentado a cada ano. Ao tempo em que a Secretaria Nacional de Direitos Humanos (SDH) divulgou recentemente dados referentes a 6.809 denúncias de violências contra LGBTs, registrados por meio do Disque 100, da própria SDH, somente no ano de 2011.

Uma sociedade mais justa e igualitária só será possível na medida em que os direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais não forem mais violados. E essa data, 17 de maio, será lembrada como uma data que marcou uma luta, mas também contribuiu para a dignidade de LGBTs, pelo seu direito à vida e à suas livres orientações sexuais e identidades de gênero.

Na Assembleia Legislativa da Bahia tramitam projetos de lei e indicações que auxiliam as questões da população LGBT, mas precisamos abrir mais os debates para garantir os direitos humanos dessa comunidade e também para garantir que se tenha mais lésbicas, gays e transexuais trabalhando em setores públicos e em empresas privadas, assumindo instâncias de poder. Esse empoderamento será fundamental para a consolidação dos direitos humanos desse público. Já havia dito isso antes, mas repito: todos os brasileiros e brasileiras têm o direito de serem livres para sonhar, trabalhar e construir famílias.

As atividades do mês de maio, com a temática da diversidade, continuam em todo o estado da Bahia, com ações em prol dos diretos LGBTs nas cidades de Vitória da Conquista, Mata de São João, Castro Alves, Candeias, Salvador, e tantas outras que ainda vão realizar. Essas atividades também incluíram paradas, atos, sessões públicas, debates em escolas e rodas de diálogos.

Considero a participação da sociedade civil de extrema importância, mas o que devemos ampliar agora é a união entre governos, academia e movimentos sociais para assim darmos outro passo para frente. Também é importante manter a articulação das cidades e grupos do interior para que ações como essa aconteça com mais frequência. Essa articulação fez da Bahia o estado com mais ações ligadas ao 17 de maio no Brasil, o que nos torna uma grande referência, mesmo a ação sendo articulada internacionalmente em mais de 100 países.

*Marcelino Galo é deputado estadual do Partido dos Trabalhadores

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