Política

Ex-procurador da Lava Jato deixa escritório que faz leniência da JBS

Publicado em 07/07/2017, às 06h26   Redação BNews



O ex-procurador Marcello Miller, que deixou a força-tarefa da Lava Jato em Brasília para atuar no escritório que faz a leniência da J&F, saiu da firma, da qual havia se tornado sócio, segundo a coluna Painel do jornal Folha. A saída teria acontecido após acordo entre ele e a direção da banca.
De acordo com a publicação, Miller foi alçado à linha de frente da polêmica sobre o acordo firmado pela Procuradoria-Geral da República com os donos da JBS e chegou a ser citado pelo presidente Michel Temer em duro discurso contra o procurador geral, Rodrigo Janot. Nos bastidores, era acusado de ter atuado dos dois lados do balcão: na PGR, durante as negociações da delação e, depois, na defesa dos empresários.
A coluna afirma que o ex-procurador foi duramente criticado até por colegas do Ministério Público Federal por não ter respeitado uma quarentena. Em maio, o ex-braço-direito de Janot negociou por meses sua ida para o escritório Trench Rossi Watanabe. Ele pediu exoneração do MPF em 4 de março, três dias antes de Joesley Batista gravar conversa que pode derrubar o governo Michel Temer.
O jornal revela que com a escalada da crise política, há algumas semanas Miller começou a ser sondado sobre sua disposição em sair da banca.
À publicação, o ex-procurador afirma que nunca atuou em investigação de qualquer empresa ligada ao grupo J&F. Por meio de sua assessoria, Miller informou ainda que pediu desligamento do MPF em 22 de fevereiro deste ano, com efeitos a partir do dia 5 de abril. O ato, porém, só foi formalizado no dia 4 de março. Miller também nega ter negociado por meses a migração para o escritório de advocacia.

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