Me perdoe, mas o pau vai quebrar, diz Alice em resistência a manobras do governo

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB) rechaçou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Melo, de devolver o mandato do senador Aécio Neves (PSDB). De acordo com a PGR, Aécio usou o cargo para obstruir a Lava Jato, tentando mudar o ministro da Justiça e aprovar medidas legislativas de interesse próprio, como a anistia ao caixa dois eleitoral e a tipificação do abuso de autoridade.

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Durante a manifestação da Greve Geral, na tarde desta sexta-feira (30), no Campo Grande, a deputada comparou a situação do tucano com o afastamento do ex-senador Delcídio do Amaral, preso também por obstruir as investigações da Lava Jato. “Não estou entrando no mérito da circunstância, mas na igualdade das condições. Delcídio do Amaral também não tinha flagrante e foi preso. E Aécio, por uma manobra interna no Senado conhecidamente pela influência de Eduardo Cunha, renega a solicitação de cassação. É um absurdo, eu contesto, eu rejeito veementemente essa decisão”, bradou.

A comunista ainda anunciou que a partir da próxima segunda-feira (3) elevará o tom dos embates no Plenário da Câmara para barrar as eventuais manobras da base governista no sentido de blindar o presidente Michel Temer. “Me perdoe, mas o pau vai quebrar”, antecipou.

Em relação à denúncia da PGR contra o presidente Michel Temer, que vai à apreciação da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, a comunista criticou a morosidade do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM), para colocar em votação dos pedidos de impeachment do presidente Michel Temer. “Não entendo por que a caneta dele dorme, já que são mais de 15 pedidos de impeachment que já poderiam ser colocados em votação e estão engavetados. Essa é a primeira coisa de alguém que pode ser um presidente interino. Já demonstra a falta de neutralidade acerca de uma realidade concreta: Temer prevaricou, organizou quadrilha, mentiu”, reforçou.

Atualizada às 18h48