Política

Rota de colisão: Rui Costa e Ângelo Coronel divergem sobre PEC dos Gastos

Publicado em 06/05/2017, às 11h00   Cíntia Kelly



Muito se comenta que o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Ângelo Coronel (PSD), e o governador Rui Costa (PT) mantêm um tratamento mútuo de cordialidade, apenas. Assim como a CPI do Centro de Convenções que o pessedista chegou a instalar apesar de o petista ter sido contra, agora é a vez da PEC dos Gastos.

Enquanto Coronel bate pé firme de que irá levar a matéria para votação, o governador Rui Costa diz que vai continuar pedindo para os deputados da sua base que votem contra. “Eu não coordeno a votação na Assembleia Legislativa, mas eu pedi e vou continuar pedindo que votem contra”, disse, ao ser questionado pelo Bocão News, pouco antes de participar do lançamento da sigla Podemos (ex-PTN). "Vou conversar com os deputados e tentar convencê-los da importâcia de votar a PEC", rebate Coronel. 

Desde que a PEC de autoria do deputado de oposição Luciano Ribeiro (DEM) saiu da gaveta, Rui Costa vem conclamando a sua base a votar contra. “Conclamo a base votar contra. Se a oposição não tem bom senso, obviamente apelo pelo bom senso dos deputados da base. Conversei com vários deputados e pedi que quem for da base contra (...). Quem vota a favor quer se colocar contra o governo. Não podemos ter dúvida sobre as finanças do Estado. Não vou tergiversar sobre isso. Não quero a Bahia como outros estados brasileiros. Quem votar a favor eu entendo que está tendo um comportamento de oposição”, disse Rui Costa, em março.

A “PEC dos Gastos” propõe a revogação do inciso VII do artigo 77 da Constituição do Estado da Bahia, o qual estabelece que apenas o governador pode elaborar projetos que impliquem aumento ou redução de despesas.

Para o relator da matéria, deputado Joseildo Ramos, a proposta é inconstitucional. Embora tenha se colocado a favor antes do “pito” publico do governador Rui Costa. Em março, o deputado petista afirmou que não havia sentido a Constituição da Bahia ser a mais restritiva dentre todas dos demais Estados. “Isso é fruto do período carlista e em nenhum governo, nem o nosso deve compactuar com essa situação. Não acredito que a PEC vai causar embaraços ao governo, até porque tem maioria e tem todas as condições de fazer o jogo político dentro da Assembleia Legislativa”.

Publicada originalmente às 13h em 05/05/2017

Classificação Indicativa: Livre

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