Política

Lava Jato prende no Rio mais um operador financeiro de Cabral

Publicado em 03/02/2017, às 06h09   Folhapress



A Polícia Federal e o Ministério Público Federal prenderam nesta quinta-feira (2) mais um homem apontado como operador financeiro do esquema de propina do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). 
A Operação Mascate, terceira fase da Lava Jato no Rio, prendeu Ary Ferreira da Costa, na via Dutra à tarde, após agentes não encontrarem o suspeito em casa. Ele estava na pista sentido Rio e não ofereceu resistência. 
De acordo com as investigações, Aryzinho, como era conhecido, cooperou com um esquema de lavagem de ao menos R$ 10 milhões nos últimos oito anos, segundo a investigação. 
Ele tinha papel semelhante aos atribuídos a Carlos Emanuel Miranda e Luiz Carlos Bezerra, operadores financeiros de Cabral. Contudo, contava com uma rede própria mais complexa de lavagem de dinheiro, segundo as investigações do Ministério Público Federal. 
"O operador financeiro atuava repassando os valores supostamente ilícitos à concessionárias de veículos pertencentes ao mesmo grupo familiar. O dinheiro retornava através de contratos fictícios firmados entre consultorias de fachada e essas revendedoras de automóveis", afirmou a PF em nota. Outra parte do dinheiro de propinas foi lavada com a compra de sete imóveis. 
A primeira etapa da Lava Jato no Rio, chamada Calicute, foi deflagrada em novembro, com a prisão de Cabral. Na semana passada, o desdobramento da operação -a Eficiência- resultou na prisão do empresário Eike Batista e de seu sócio, Flávio Godinho, além de outros operadores de Cabral. 
O novo alvo é também a ligação com as atividades de Cabral fora do governo. Ary foi sócio da Creações Opção, empresa que repassou mais de R$ 600 mil à consultoria Objetiva, criada pelo ex-governador ao sair do governo. 
Agente fazendário, Ary também é um elo entre o esquema Cabral e fraudes na concessão de benefícios fiscais pelo governo. Delação premiada do economista Adriano José Reis Martins, dono de uma das concessionárias alvo de investigações, apontou o operador como responsável por facilitar a concessão de isenções e perdão de multas tributárias. 
A defesa do suspeito não foi localizada pela reportagem para comentar o caso.

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