Política

Proposta de delação da Delta cita PMDB e PSDB

Publicado em 19/10/2016, às 06h05   Redação Bocão News



O empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta Engenharia, negocia um acordo de delação premiada no qual pretende detalhar supostos pagamentos de propinas a políticos do PMDB e do PSDB relacionados a obras nos governos de São Paulo, Rio e Goiás, além de estatais federais como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Petrobras. A informação foi publicada pelo jornal Estadão. O acordo de colaboração se dá no âmbito da Operação Saqueador, da qual o empresário foi alvo em junho deste ano.
Segundo o jornal, na proposta, em forma de anexos, entregue aos procuradores do Ministério Público Federal do Rio e à Procuradoria-Geral da República, Cavendish, ao tratar de São Paulo, cita pagamentos indevidos que seriam destinados ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), segundo fontes com acesso às negociações ouvidas pelo Estado.
A publicação detalha que a empreiteira integrou consórcio responsável por um dos lotes da obra de ampliação da Marginal Tietê, que foi alvo de denúncia do Ministério Público de São Paulo. A investigação apura o pagamento de um aditivo de R$ 71 milhões à Delta que teria sido repassado a empresas de fachada em nome do operador Adir Assad, alvo da Operação Lava Jato. Um dos responsáveis pela obra era o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira Souza, afilhado político de Nunes Ferreira. À época da assinatura dos aditivos, Vieira Souza não era mais diretor da estatal paulista.
Ainda de acordo com o jornal, o empresário também detalha na proposta de colaboração supostas irregularidades para obter contratos com o Dnit. No anexo, ele explica como se deu o pagamento de vantagem indevida na disputa por obras de ao menos quatro rodovias federais – as BRs 482, 376, 104 e 101. A proposta é o primeiro passo para a delação, que precisa ser aceita pelo Ministério Público.
Cavendish teve sua prisão decretada em 30 de junho pela Justiça Federal do Rio. Sua prisão temporária chegou a ser transformada em domiciliar, mas o Tribunal Regional Federal da 2.ª Região decidiu pelo retorno do empresário ao regime fechado. Em agosto, porém, ele foi beneficiado por decisão do Superior Tribunal de Justiça e voltou para a prisão domiciliar.
O advogado Antônio Sérgio de Moraes Pitombo, responsável pela defesa de Cavendish, afirmou que não comentaria o assunto.

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