Política

Ex-ministro Lobão recebeu R$ 2 mi em propina de empreiteira, diz delator

Publicado em 10/06/2016, às 07h01   Redação Bocão News (@bocaonews)




Um dos executivos da Camargo Corrêa que fez acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, Luiz Carlos Martins, afirmou que a empreiteira usou uma microempresa sediada em Santana de Parnaíba (SP) para pagar R$ 2 milhões ao senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA).

O pagamento, segundo o executivo, estava relacionado à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Conforme o delator, que foi diretor da Camargo, o repasse foi feito porque Lobão "teria ajudado a montar os consórcios e para que ele não impusesse obstáculos ao andamento da obra". O depoimento consta de inquérito aberto em março pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin como um desdobramento da Lava Jato a pedido da Procuradoria-Geral da República.

Em 2015, a Lava Jato já havia colhido a acusação da Camargo, em delação, de que Lobão havia recebido propina, mas agora a investigação recebeu os primeiros indícios do "caminho do dinheiro".

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o executivo da empreiteira confirmou com documentos os pagamentos da Camargo para a AP Energy Engenharia e Montagem, que teriam ocorridos entre 2011 e 2012, quando Lobão era o ministro de Minas e Energia no primeiro mandato de Dilma Rousseff.

Os serviços da AP eram "fictícios" e nunca foram prestados, disse o delator. As notas fiscais indicam pagamentos de R$ 1,22 milhão e R$ 1,26 milhão. Cerca de R$ 583 mil ficaram com os responsáveis da AP a título de "comissão" pelo trabalho de intermediação dos repasses, segundo o delator.

Procurado pelo jornal paulista, o advogado do senador Edison Lobão (PMDB-MA), Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que seu cliente "não conhece a empresa AP Energy nem os sócios dela". "Só isso já demonstra a completa mentira e irresponsabilidade da delação. É lamentável que as palavras dos delatores tenham foro de verdade, pois no caso concreto são absolutamente falsas", afirmou Kakay.

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