Política

Lúcio diz que possível ida de Lula para ministério é manobra contra prisão

Publicado em 14/03/2016, às 22h15   Eliezer Santos (Twitter: @eliezer_sj)



A forte possibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir um ministério do governo federal a convite da presidente Dilma Rousseff causou bastante agitação no efervescente cenário político brasileiro. Lula é cotado para a Casa Civil e a Secretaria Geral da Presidência. 
Os protestos derivam sobretudo pelo fato de o pedido de prisão preventiva do petista, solicitado pelo Ministério Público de São Paulo, ter sido passado à 13ª vara da Justiça Federal, em Curitiba, para ser apreciado pelo juiz que trata das investigações da operação Lava Jato, Sérgio Moro.
Aqui na Bahia o deputado federal Lúcio Vieira Lima criticou duramente a articulação. “Isso é para ter foro especial. Para que dessa forma venha para o Supremo Tribunal, como se o Supremo fosse colocar panos quentes. Isso é uma ofensa ao Supremo, porque todos ou a grande maioria foram nomeados pelo PT que devem algum favor e vai pagar agora. Isso é mais uma medida mostrando que não tem respeito à população humilde”, disse em entrevista ao programa Se Liga Bocão, na Itapoan FM, nesta segunda-feira (14).
Já para o líder do PT na Câmara, deputado federal Afonso Florence, a presença de Lula no governo vai ajudar Dilma Rousseff a reequilibrar as condições políticas de governança. “Se confirmar notícia, o povo pobre vai comemorar. É uma boa solução para a saída da crise. Há uma perseguição política contra Lula, porque não há nenhum indício nem pista para querer condená-lo, há excesso. Não é correto cercear a liberdade política de qualquer cidadão que seja, menos ainda de um [ex] presidente. Temos que melhorar a Justiça, dar mais celeridade, evitar tantos embargos, tantos recursos que postergam a execução da Justiça”, afirmou, também em entrevista à Itapoan FM.
Lúcio avaliou também a gestão da presidente, que vê a pressão das manifestações populares darem fôlego ao rito de impeachment. “Houve um estelionato eleitoral, é mentirosa. Ela mostra incapacidade gerencial, política, mostra uma grande capacidade de enganar o povo brasileiro. Nota zero, sem dúvida nenhuma. Ela estragou tudo. Se você dava cinco no primeiro mandato, com menos cinco do segundo, então dá zero”, atacou.
Afonso Florence, por sua vez, rebateu. “Não houve estelionato eleitoral. Ela ganhou mostrando um programa de desenvolvimento. Com a crise no PIB brasileiro, ela fez cortes no orçamento, os juros subiram para segurar a inflação, mas já começou a estabilizar e tende a descer. Ela fez gastos públicos para garantir o ‘Minha Casa, Minha Vida’, o Bolsa Família, O ProUni, o Água para Todos. Não se derruba presidente na democracia com argumento de que ele não correspondeu às expectativas do seu eleitorado, aí tem que ir para outra eleição. Dilma foi eleita pelo voto popular. Na democracia tem que se respeitar o voto. Lúcio facilmente ataca instituições democráticas. Fica torcendo para o fim de um partido como o Partido dos Trabalhadores”, declarou. 

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