Política

‘Não importa o tempo que fiquei, mas como conduzi’, avalia Wellington Silva

Publicado em 14/03/2016, às 18h59   Juliana Nobre (@julianafrnobre)



Quinze dias ou 25 anos de carreira. O tempo influenciou na escolha do promotor baiano Wellington Silva, nomeado ministro da Justiça, que decidiu continuar no Ministério Público da Bahia. Em conversa com o Bocão News, na noite desta segunda-feira (14), logo após anunciar sua decisão, Silva disse que a definição foi tomada balanceando sua carreira no MP. Silva continua no cargo até o novo ministro, Eugênio Aragão, tomar posse.

“São 25 anos de história e com a decisão do Supremo se tornou compulsória a minha decisão. Só restava esta alternativa. Por mais honroso que seja para mim, não posso deixar para trás a minha carreira”, explicou. Silva disse que tanto a presidente Dilma Rousseff quanto o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner – que indicou o promotor ao cargo –, entenderam naturalmente a decisão. “Expus meus motivos e a presidente foi muito generosa comigo. Continuaremos a colaborar com o país”, explicou ao Bocão News.

Segundo o ainda ministro, não houve pedidos e trocas para que ele ficasse no cargo. "Não houve isso. Eles foram muito solidários e me deixaram livre para tomar a decisão", disse.

Há 10 dias no cargo, Silva fez um breve balanço. “Tivemos alguns encaminhamentos de rotina, mas com temas relevantes”, disse. Sobre o pouco tempo que ficou no cargo e o apelido que ganhou nos corredores do Palácio do Planalto ('Wellington, o breve'), o promotor desconsiderou. “Não importa o tempo que fiquei, o que importa é como tudo foi conduzido. Estive no lugar de grandes homens que comandaram o Ministério da Justiça”, defendeu-se. Dentre eles estão o jurista baiano Ruy Barbosa, Tancredo Neves, Luís Viana Filho, entre outros. 

Entenda o caso

O PPS entrou com ação contra a posse do novo ministro, argumentando que ele, como membro do Ministério Público, não pode ocupar cargo no Poder Executivo. Wellington César Lima e Silva tomou posse na quinta-feira (3), ocupando a vaga deixada por José Eduardo Cardozo. Um dia depois, na sexta-feira (4) a juíza federal Solange Salgado, da Justiça Federal de Brasília, suspendeu a nomeação do ministro, por meio de liminar. Na segunda-feira (7) ele foi reconduzido ao cargo por decisão liminar do presidente do TRF 1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), desembargador Cândido Ribeiro. Já na quarta-feira (9), o Supremo Tribunal Federal decidiu deferir o pedido de liminar para suspender a nomeação do ministro. Com isso, Wellington teve 20 dias para escolher entre o MP e o Ministério da Justiça.

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