A sociedade, independente de ideologia ou preferência partidária, está cada vez mais revoltada com os escândalos de corrupção. Em muitos casos tenta até fazer justiça com as próprias mãos. Não raro noticiamos políticos que estão sob algum tipo de denúncia sendo praticamente expulsos de alguns locais por pessoas revoltadas e mais exaltadas. O mais recente caso envolve Júlio Camargo, ex-consultor da empresa Toyo Setal, um dos investigados na Operação Lava Jato. Camargo foi expulso recentemente do renomado restaurante Canto das Sereias, em Angra dos Reis, Rio de Janeiro. Sob insultos de “incompetente”, “vagabundo”, “picareta”, “otário”, “sanguessuga”, “ladrão” e “safado”, Júlio Camargo e as pessoas que estavam com ele foram enxotados do espaço por um grupo. Um dos homens estava tão revoltado que teve que ser segurado para não partir para as vias de fato.
Entenda
Em depoimento prestado em março à Procuradoria-Geral da República (PGR), Júlio Camargo, que é delator na Operação Lava Jato, fez citação ao nome de Temer ao dizer que Fernando Baiano era representante do PMDB em esquema de pagamento de propina com recursos de contratos da Petrobras. Ele também citou o nome dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado (PMDB-AL), Renan Calheiros. O delator recebeu ao menos R$ 266 milhões em valores nominais nos negócios que intermediou na Petrobras, montante muito superior à multa definida pela força-tarefa da Lava-Jato em seu acordo de colaboração, R$ 40 milhões.
Publicada originalmente às 12h do dia 9 de janeiro
