Política

Ao Bocão, Negromonte diz que delatores combinam acusações contra ele

Publicado em 05/01/2016, às 10h53   Cíntia Kelly (@cintiakelly_)


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Atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) da Bahia, Mario Negromonte, mais uma vez, tem o nome citado por delatores da Lava Jato. O transportador de valores Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, afirmou que ouviu do doleiro Alberto Youssef que o ex-ministro das Cidades era o "mais achacador" entre os políticos. Em conversa com o Bocão News, ele rebateu. “São 30 delatores, li todas as delações e apenas três falam meu nome e sem prova”, diz Negromonte referindo-se a Youssef, Ceará e Rafael Ângulo.  

Mario Negromonte diz que há uma “combinação” entre os delatores para incriminá-lo. “Os três combinaram para um convalidar o que o outro fala para ter a pena abrandada”, acusa Negromonte. Segundo ele, os delatores tinham ligação com o então líder do PP na Câmara Federal, José Janene, morto em 2010. Para ter pena reduzida, os elementos da delação devem ser comprovados.

Ainda de acordo com o conselheiro do TCM, Youssef teve seus interesses contrariados quando tentou, por diversas vezes, conseguir benesses por meio do Ministério das Cidades. Apesar da afirmação, Negromonte diz que não teve com o doleiro pessoalmente. “Nunca o atendi. Algum empresário pedia para eu atender e eu não atendia. Ele foi apresentado a deputados do PP como um empresário e amigo de Janene. Depois que descobrimos o que ele fazia, nos afastamos. Era uma figura que ninguém queria conversar”, relatou.

Na delação, Ceará afirmou que entregou dinheiro em espécie a Negromonte, a mando de Youssef. Os valores teriam sido entregues em apartamento funcional em Brasília, na presença de outros deputados. O delator afirmou ainda que Youssef lhe contou que, na campanha de 2010, repassou R$ 5 milhões a Negromonte. O ex-ministro desmente.  “É um criminoso querendo se livrar dos crimes”.

Em sua defesa, Negromonte diz que foi deputado por seis vezes e nunca sofreu um processo. “Como ministro nada tem contra mim. Nem na CGU, nem no TCU e nem na Polícia Federal”.

Diante do retorno do seu nome ao escândalo do Petrolão, o Bocão News questionou se ele teme ser pressionado por seus pares no TCM a deixar o cargo, Negromonte minimiza o impacto. “Essa delação é de julho. E todos os fatos narrados são anteriores à minha indicação e nomeação no Tribunal”.

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